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DESABAMENTO
Prefeitura de Porto Alegre interditou o prédio que caiu parcialmente e que resultou em quatro mortes
Prédio da PUC-RS não tinha Habite-se
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
da Agência Folha, em Porto Alegre
O prédio da PUC-RS (Pontifícia
Universidade Católica do Rio
Grande do Sul) que sofreu um desabamento parcial no último sábado, provocando a morte de quatro operários, ainda não tinha licença da Prefeitura de Porto Alegre para ser ocupado.
A Secretaria Municipal de Obras
e Viação de Porto Alegre, que deu
ontem a informação sobre a falta
de Habite-se, interditou o prédio e
só suspenderá o embargo depois
de avaliar o laudo técnico sobre a
estrutura do edifício.
Alunos da faculdade de direito
estavam assistindo aulas no prédio
desde o início de março. O assessor de imprensa da PUC-RS, Carlos Alberto Carvalho, disse que as
aulas estavam ocorrendo em andares (do terceiro ao sexto) que
estavam "totalmente concluídos".
O assessor declarou que as aulas
só eram dadas à noite, para não
coincidir com as obras complementares, que estavam sendo realizadas durante o dia.
Ele disse que só hoje, com a retomada do expediente, a PUC poderá se pronunciar sobre a falta de
Habite-se. Segundo Carvalho, a
estrutura do prédio não foi abalada, e a interdição foi necessária
para o trabalho de perícia.
O estudante do nono semestre
de direito Ricardo Sá disse, no sábado, após o acidente, que sua turma teria aula na tarde daquele dia,
no sétimo andar, o que só não
ocorreu devido a um desencontro
com o professor. "A gente estava
correndo risco."
A 11ª Delegacia de Polícia abriu
inquérito para apurar as causas do
acidente. Técnicos do IC (Instituto
de Criminalística) estiveram ontem no local para fazer um levantamento para perícia.
Segundo a assessoria da PUC, a
empresa Lima Construções, de
Cachoeirinha (na região metropolitana), era responsável pelo reservatório de água que desabou,
rompendo as paredes da escada
externa, nos fundos do prédio 11
da faculdade de direito.
Alguns operários caíram da altura do 12º andar junto com os escombros. Parte dos escombros
atingiu o prédio 12, que também
foi interditado.
Dois operários - Joveci Gonçalves e Ivan Rodrigues - continuavam em estado grave no final da
tarde de ontem. Morreram no acidente Sandro Lagarreta, Paulo Cesar Hofmann, Airton da Silveira e
Paulo Cesar Pinheiro Ramirez.
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