SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O novo secretário de Segurança Pública do Estado do Rio, Anthony Garotinho, ficou insatisfeito com a vigilância exercida pela Polícia Militar durante a madrugada na avenida Brasil (ligação entre as zonas norte e oeste) e nas vias expressas Linha Vermelha e Linha Amarela.
Protegido por cerca de 20 seguranças, Garotinho percorreu no final da noite de anteontem e na madrugada de ontem vários bairros das zonas norte e oeste. Ele vistoriou as blitze feitas pela PM em 81 pontos da região metropolitana do Rio.
Pelo planejamento da secretaria, as operações visavam surpreender criminosos. O problema é que o próprio Garotinho anunciou às 17h de anteontem, em entrevista coletiva, que mais tarde a PM fiscalizaria as ruas. Nenhum criminoso importante foi preso.
Ao final da vistoria, Garotinho disse que daria notas médias e ruins para a ação da PM na avenida Brasil, na Linha Amarela e na Linha Vermelha, por onde costumam circular os comboios de criminosos, chamados no Rio de "bondes".
O secretário determinou ao comando do Batalhão de Vias Expressas da PM que o policiamento na Brasil e nas linhas seja reforçado.
Pela manhã, na abertura de um seminário na Academia de Polícia Civil, Garotinho elogiou o delegado Rafik Louzada, seu ex-chefe de Polícia Civil. O delegado chefiou a corporação durante parte do período em que Garotinho governou o Rio (1999-abril de 2002).
"O doutor Rafik é um policial honrado, que sofreu uma injustiça na minha gestão", disse.
Louzada foi afastado por Garotinho depois que o hoje secretário nacional de Segurança, Luiz Eduardo Soares, o acusou de integrar a "banda podre" da polícia. O delegado foi investigado pelo Ministério Público Estadual. Nada ficou provado contra ele, que trabalha na delegacia de Madureira (zona norte). Louzada foi aplaudido e chegou a chorar. No encontro, o secretário advertiu os delegados e policiais presentes que não admitirá as "mineiras" -extorsões praticadas por policiais contra criminosos.


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