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LIMPEZA URBANA
Rogério Buratti é apontado como articulador de suposto acordo na licitação dos serviços de varrição
Documento cita ex-secretário de Palocci
DA REPORTAGEM LOCAL
O documento registrado em
cartório pela Folha liga os supostos acordos da licitação da coleta
de lixo à disputa pelos contratos
de varrição, que dividem a capital
paulista em 31 lotes, correspondentes às subprefeituras de São
Paulo. O nome de Rogério Buratti, ex-secretário de Governo de Ribeirão Preto na gestão de Antonio
Palocci (ministro da Fazenda) e
que era vice-presidente do grupo
Leão Leão, é um dos citados.
Além da informação de que a
Qualix perderia a coleta em troca
de não enfrentar concorrência no
melhor lote da varrição, na região
da Sé, consta do documento que
teria havido uma articulação nessa última disputa coordenada por
Buratti, como representante do
grupo Leão Leão, e por dois integrantes da Construrban. As duas
empresas estão entre as participantes dessa concorrência.
Buratti ficou nacionalmente conhecido depois da divulgação do
caso Waldomiro Diniz, ex-assessor do Planalto flagrado em pedido de propina. O grupo Leão Leão
nega que Buratti tenha atuado na
licitação. Diz que ele saiu da empresa no mês passado para fazer a
sua defesa no caso Diniz e, depois,
comunicou que não voltaria mais
(leia texto na pág. C4).
O ex-secretário foi citado por
diretores da empresa GTech como tendo sido indicado por Diniz
para intermediar a renovação de
um contrato do grupo com a Caixa Econômica Federal. Buratti negou conhecer Diniz.
No suposto acordo da varrição,
os representantes da Construrban
seriam "Ubiratã" (sic) e "Roberto
Rocha", afirma o documento. O
primeiro, Ubiratan Sebastião de
Carvalho, foi administrador regional de Santo Amaro na gestão
Luiza Erundina (1989-92).
O documento aponta que os alvos do Leão Leão e da Construrban seriam os lotes da Vila Mariana e Mooca ou regiões "equivalentes". Trecho do texto, referente
à concorrência da varrição, afirma que "caso exista algum furo
no esquema montado poderá ser
sanado posteriormente".
O documento não diz que todos
os lotes e grupos interessados nessa licitação fazem parte do suposto esquema. Fala apenas de uma
articulação entre os principais.
O controle das empresas que
disputariam a varrição, cita ele,
seria feito por meio de uma regra
que abrange os aterros sanitários.
Essa foi a principal razão da suspensão, neste mês, da concorrência da varrição no TCM (Tribunal
de Contas do Município).
O TCM apontou que algumas
companhias poderiam ser beneficiadas pelos donos de aterros sanitários privados, já que, pelo edital de licitação, as concorrentes tinham de declarar onde seriam depositados os resíduos dos serviços
de limpeza e apresentar alguma
declaração dos proprietários autorizando esse recolhimento.
Apenas sete aterros são autorizados a funcionar -alguns dos
quais são ligados aos grupos que
disputavam a coleta. Se, por
exemplo, nenhum deles desse
ciência a uma das empresas concorrentes, ela ficava automaticamente desqualificada.
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