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MENOR INFRATOR
É a terceira denúncia feita pela Promotoria por esse crime em Franco da Rocha e a sétima em unidades da Grande SP
Agentes da Febem são acusados de tortura
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público denunciou 13 funcionários da Febem
(Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor) por suposta prática
de tortura na unidade 31 do complexo de Franco da Rocha, na
Grande São Paulo. Uma ex-diretora é acusada de omissão.
Essa é a terceira denúncia por
prática de tortura -considerado
crime hediondo- contra agentes
do complexo de Franco da Rocha
e a sétima envolvendo unidades
da Grande São Paulo desde 2001,
segundo o Ministério Público. No
total, são 98 agentes e ex-funcionários acusados. Os processos estão em andamento.
A última denúncia, já aceita pela
Justiça, refere-se a uma suposta
agressão de sete internos da unidade 31, no dia 24 de novembro
de 2002. Um jovem perdeu o baço
e outro sofreu fratura no braço.
Segundo a Promotoria Criminal
de Franco da Rocha, sete internos
foram retirados das celas e espancados. Depois, tiveram de ficar
mais de uma hora tomando banho gelado para tentar amenizar
as marcas das agressões.
Os funcionários, que podem pegar de dois a oito anos de prisão, e
a ex-diretora vão responder ao
processo em liberdade.
A ex-diretora também foi responsabilizada pela Lei de Tortura,
mas por omissão. Segundo os
promotores de Franco da Rocha,
ela colaborou para o "mascaramento" das agressões sofridas pelos internos. Ela encaminhou ao
distrito policial, de acordo com a
Promotoria, uma comunicação
na qual relata que os internos
criaram tumulto e, por isso, foram contidos pelos funcionários.
Não foi feito exame de corpo de
delito dos internos, como ocorre
nesse tipo de ocorrência. Segundo
os promotores, o Ministério Público só ficou sabendo do caso pelas mães dos internos.
A assessoria de imprensa da Febem informou que a presidência
da fundação não foi informada da
denúncia e não iria se manifestar.
De acordo com a Febem, 8 dos 13
funcionários denunciados estão
afastados do convívio com os internos e respondem a processo
administrativo.
Esses oito funcionários tinham
sido demitidos por justa causa depois da divulgação do caso. Mas
foram reintegrados à Febem por
ordem judicial. A ex-diretora foi
transferida de unidade, mas não
sofre processo administrativo.
(GILMAR PENTEADO)
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