São Paulo, domingo, 30 de maio de 2010

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"O metrô chegou e eu vou sair", diz empresário

Imóvel foi oferecido a ele por R$ 3 milhões

DE SÃO PAULO

Quando comprou o ponto do salão J. Franca, há quatro anos, Idenilson de Campos, 33, pensava no movimento do metrô. Em março, quando a estação Faria Lima estava perto de abrir, descobriu que o imóvel seria vendido.
"Agora que o metrô chegou eu vou ter que sair."
Antes, Campos havia recebido do dono do imóvel proposta para comprar o salão e o bar vizinho -por R$ 3 milhões. "Não tem como."
Ele paga R$ 2.600 mensais de aluguel. O salão de cabeleireiro está ali há 20 anos.
Nos últimos dois meses, o empresário gastou o tempo pensando no que fazer. Tal qual a maioria dos comerciantes da região, tenta encontrar um novo ponto. "Mas aqui perto é muito difícil. Está tudo muito caro."
O temor, disse, é deixar os funcionários sem emprego. Campos também é dono de uma sorveteria.

VALORIZAÇÃO
O trecho da Faria Lima que virou objeto da cobiça do mercado imobiliário é o único para onde a avenida pode crescer, disse Celso Amaral, diretor da Amaral D'Ávila, empresa de avaliação. Daí as mudanças no local.
Em direção à Vila Olímpia, quase não há mais terrenos disponíveis, explica. Resta a área do largo da Batata.
"A valorização ali foi impressionante por três motivos: metrô, reurbanização do largo da Batata e operação urbana Faria Lima", disse.
Gerida pela prefeitura, a operação urbana vende títulos que permitem às empreiteiras construir acima do limite de zoneamento.
O setor imobiliário defende o uso residencial e empresarial da área e do seu entorno, para promover a ocupação da região durante o dia e à noite, afirma João Crestana, presidente do Secovi (sindicato da habitação).
(RICARDO GALLO)

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