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"O metrô chegou e eu vou sair", diz empresário
Imóvel foi oferecido a ele por R$ 3 milhões
DE SÃO PAULO
Quando comprou o ponto
do salão J. Franca, há quatro
anos, Idenilson de Campos,
33, pensava no movimento
do metrô. Em março, quando
a estação Faria Lima estava
perto de abrir, descobriu que
o imóvel seria vendido.
"Agora que o metrô chegou eu vou ter que sair."
Antes, Campos havia recebido do dono do imóvel proposta para comprar o salão e
o bar vizinho -por R$ 3 milhões. "Não tem como."
Ele paga R$ 2.600 mensais
de aluguel. O salão de cabeleireiro está ali há 20 anos.
Nos últimos dois meses, o
empresário gastou o tempo
pensando no que fazer. Tal
qual a maioria dos comerciantes da região, tenta encontrar um novo ponto. "Mas
aqui perto é muito difícil. Está tudo muito caro."
O temor, disse, é deixar os
funcionários sem emprego.
Campos também é dono de
uma sorveteria.
VALORIZAÇÃO
O trecho da Faria Lima que
virou objeto da cobiça do
mercado imobiliário é o único para onde a avenida pode
crescer, disse Celso Amaral,
diretor da Amaral D'Ávila,
empresa de avaliação. Daí as
mudanças no local.
Em direção à Vila Olímpia,
quase não há mais terrenos
disponíveis, explica. Resta a
área do largo da Batata.
"A valorização ali foi impressionante por três motivos: metrô, reurbanização do
largo da Batata e operação
urbana Faria Lima", disse.
Gerida pela prefeitura, a
operação urbana vende títulos que permitem às empreiteiras construir acima do limite de zoneamento.
O setor imobiliário defende o uso residencial e empresarial da área e do seu entorno, para promover a ocupação da região durante o dia e
à noite, afirma João Crestana,
presidente do Secovi (sindicato da habitação).
(RICARDO GALLO)
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