São Paulo, quarta-feira, 30 de junho de 2004

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EDUCAÇÃO

Funcionários das universidades pediam reajuste de 9,41%, mas instituições condicionam aumento à maior arrecadação

Reitores rejeitam proposta de grevistas

DA FOLHA CAMPINAS
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O Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) recusou ontem a proposta de reajuste apresentada pelo Fórum das Seis -que representa os sindicatos das três universidades estaduais paulistas e o Centro Paula Souza. Com isso, a greve, que em algumas unidades já passa de 46 dias, será mantida.
O Cruesp informou que não considera agendar uma nova reunião. Os sindicatos não concordam com a proposta de aumento condicionado a uma arrecadação acima de R$ 32,4 bilhões em outubro. Eles haviam pedido reajuste salarial de 9,41%, referente a perdas salariais de 2001 e à inflação dos últimos 12 meses.
Os servidores da USP (Universidade de São Paulo) de São Carlos fecharam ontem, pela segunda vez, os portões durante seis horas.
Segundo Domício Cândido Rodrigues, 47, do sindicato dos funcionários (Sintusp), alunos, funcionários e docentes conseguiam entrar a pé no campus. "Hoje, um grupo de 40 pessoas deve sair de São Carlos para acompanhar a votação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) na Assembléia Legislativa", disse o sindicalista. A lei pode aumentar o repasse de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do Estado para as universidades.
Ontem, na Cidade Universitária, em São Paulo, houve conflito entre grevistas e a Guarda Universitária. Segundo Magno Carvalho, presidente do Sintusp, piqueteiros que impediam o acesso à reitoria foram agredidos pelos guardas, que também arrancaram faixas. Isso permitiu, segundo o sindicato, a entrada do reitor e de mais seis funcionários. Todos deixaram o prédio no final do dia.
A assessoria da reitoria disse, em nota, que "numa decisão difícil, porém necessária para que a normalidade operacional retorne aos órgãos da USP, a administração central decidiu retomar o controle do prédio da reitoria".
Funcionários acamparão em frente à reitoria a partir desta madrugada. Em Ribeirão Preto, a USP deve ter o portão principal fechado. Na Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Jaboticabal, um encontro do Conselho Universitário marcado para hoje foi suspenso. Os campi de Franca e Araraquara seguem em greve.


Colaborou a Reportagem Local


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