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Prefeitura começa
a "descongelar" a verticalização em SP
Consultoria vai recalcular indicadores que permitem a construção de prédios altos
DE SÃO PAULO
A Prefeitura de São Paulo
deu o primeiro passo para o
"descongelamento" de parte
da cidade onde hoje a verticalização é limitada.
O governo contratou uma
empresa de consultoria para
recalcular os indicadores que
permitem a construção de
prédios altos onde supostamente há estrutura para receber mais moradores e carros.
A medida, diretamente relacionada ao planejamento
dos setores de trânsito e
transporte, é reivindicação
antiga do setor imobiliário.
Bairros como Vila Leopoldina, Liberdade, Lapa e Bela
Vista não podem mais receber empreendimentos porque o estoque de potencial
construtivo (área que ainda
pode ser construída, segundo o Plano Diretor) desses
distritos está esgotado.
Isso significa que as construções têm de respeitar o
"coeficiente básico de aproveitamento" do terreno.
Nas ruas secundárias desses bairros, o coeficiente básico é 1. Ou seja, para cada
metro quadrado de terreno
pode haver um metro quadrado de construção. Assim,
em um terreno de 1.000 m2
pode ser erguido um prédio
de 1.000 m2, o que equivale a,
no máximo, seis andares.
Para construir mais, com o
coeficiente máximo de 4 (ou
4 m2 de construção para 1 m2
de terreno), é preciso pagar.
No exemplo acima, no terreno de 1.000 m2 poderia ser
erguido um prédio de 4.000
m2, ou 24 andares.
Para isso, a construtora
tem de pagar à prefeitura pelo direito de construir acima
do coeficiente básico. Porém,
isso só é permitido se o distrito tiver estoque disponível.
Um estudo contratado pelo governo do Estado já está
calculando a "capacidade de
suporte", que avalia itens como transporte coletivo e estrutura viária.
O que a consultoria fará
para a prefeitura é "ensinar"
os técnicos a usar esses dados no cálculo dos estoques.
Para Eduardo Della Manna, diretor do Secovi (sindicato das empresas imobiliárias), a medida da prefeitura
é boa e já vem tarde. "O setor
deseja que a cidade cresça
onde ela tem capacidade de
suporte", afirma.
(ES)
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