São Paulo, segunda-feira, 30 de julho de 2007

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TRAGÉDIA EM CONGONHAS/EFEITO COLATERAL

Sob pressão, aeroviários reclamam de estresse

Em cartas enviadas a sindicato, trabalhadores denunciam piora das condições de trabalho

Funcionários de empresas aéreas fazem queixas sobre acúmulo de tarefas, medo e até falta de peças para manutenção de aeronaves

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

Depois de dez meses de crise, os funcionários dos aeroportos dão sinais de que os efeitos do caos aéreo atingem qualidade de vida, segurança e disposição para continuar no emprego.
O Sindicato Nacional dos Aeroviários foi ao Ministério Público do Trabalho para que se investigue a situação de quem trabalha em balcões de atendimento, check-in e manutenção.
Segundo Selma Balbino, presidente do sindicato, já foram registradas 43 denúncias, entre telefonemas e cartas à entidade. A Folha teve acesso a cartas enviadas ao sindicato com reclamações de funcionários da TAM e da Gol. Os nomes foram omitidos. Todas elas foram encaminhadas antes do acidente da TAM, no dia 17 de julho, que piorou a situação.
Em uma das cartas, um funcionário relata que pediu socorro a um segurança do aeroporto porque um passageiro ameaçava agredir alguém. A resposta foi ""Ah, chama a Polícia Civil". Isso foi muito pior do que ser agredido", contou.
Outro funcionário escreve que saiu do trabalho "com vontade de chorar" por ter sido ameaçado por um passageiro e ter de enfrentá-lo após o rapaz pular o balcão da companhia.
Um funcionário da manutenção se queixa do acúmulo de tarefas e da falta de peças. Segundo ele, faltam materiais, o que obriga a TAM a usar peças de outras aeronaves para reposição. "Já trabalhei na Vasp e na Transbrasil e nenhuma delas despreza tanto a manutenção quanto a TAM."
A sobrecarga de trabalho é a principal queixa. Muitos funcionários decidiram abandonar o trabalho após o início do caos aéreo. "Os trabalhadores saem em razão da omissão das empresas em relação às agressões, por causa desse jogo de colocar o trabalhador do aeroporto para segurar toda a barra, enquanto a direção continua tranqüila", diz Balbino.


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