São Paulo, segunda-feira, 30 de julho de 2007

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Fila para exames médicos em SP tem pedidos de 2003

Procedimentos com espera na cidade são os de imagem, que incluem ultra-sons, tomografias e ressonâncias magnéticas

Prefeitura de SP não sabe quantos casos se encontram nessa situação; secretária municipal diz que comissão estuda como reduzir atrasos

DO "AGORA"

A fila de espera por exames médicos na rede de saúde pública da capital possui casos de pedidos feitos em 2003. A constatação foi relatada pela secretária municipal da Saúde, Maria Aparecida Orsini, em entrevista dada na semana passada.
O problema foi detectado pela própria prefeitura paulistana em uma auditoria da Secretaria Municipal da Saúde. A administração, porém, ainda não sabe o número total de pacientes que aguardam pelos procedimentos de exame.
"Uma comissão especial está apurando a demanda real pelos serviços para definir como e quanto é preciso investir para reduzir a demora na marcação dos exames", afirma a secretária. Os procedimentos com espera são os de imagem -ultra-sons, tomografias e ressonâncias magnéticas.
A secretária diz ainda que hoje o órgão trabalha com dois tipos de fila de espera. Uma é formada pelos pacientes que possuem encaminhamentos anteriores à implantação de sistemas informatizados nas unidades do município.
Maria Aparecida afirma que os casos não atendidos desde 2003 estão entre esses usuários. Isso inclui as gestões Marta Suplicy (2001-2004) e Serra/Kassab (desde 2005). A outra fila é daqueles que tiveram suas solicitações já incluídas nas agendas informatizadas.
A criação da comissão ocorreu após a publicação de reportagens sobre pacientes do sistema público paulistano que aguardam por vários meses até conseguir os procedimentos.
Ao reclamar da demora, muitos são encaminhados por funcionários e médicos de UBSs (Unidades Básicas de Saúde) a clínicas particulares.
A auditoria da prefeitura também está investigando outros problemas no sistema de marcação dos exames. Segundo a administração, há pacientes que pedem o agendamento em várias unidades de saúde.
Isso faz com que a fila de espera cresça artificialmente e que ocorra um grande número de ausências nos procedimentos marcados -aqueles que são atendidos em um posto não cancelam as solicitações nos outros postos, diz a prefeitura.
A principal causa destes problemas é que ainda há unidades de saúde não informatizadas -cerca de 10% do total- e tipos de exames, como tomografia e ultra-som, que ainda não entraram no sistema eletrônico de marcações. "O funcionamento pleno do sistema permitiria identificar as marcações em duplicidade e evitar que elas ocorressem", afirma a secretária da Saúde.
Maria Aparecida diz ainda que a prefeitura abriu um concurso público para contratar 914 auxiliares administrativos para cuidar das agendas computadorizadas. "Queremos gente nova para colaborar na mudança da cultura de atendimento." (FLÁVIO FERREIRA)


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