São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 2000


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Organizador deixa protesto

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da Associação de Moradores do Jacarezinho, Rumba Gabriel, desistiu de participar do ato da Frente de Luta Popular com medo de ser indiciado por participação no tráfico de drogas e incitamento a depredações.
A decisão de Gabriel, um dos organizadores do ato, foi tomada na noite de anteontem durante reunião na Secretaria Estadual de Segurança Pública.
Participaram da reunião o secretário Josias Quintal e 12 delegados de Polícia Civil encarregados de apurar a suposta vinculação de líderes comunitários com o tráfico e os quebra-quebras.
No encontro, Gabriel foi informado que dois inquéritos abertos pela 25ª Delegacia de Polícia (Engenho Novo, zona norte) o vinculam ao tráfico na favela do Jacarezinho e à queima, por moradores da área, de dois ônibus e um carro, ocorrida em 21 de maio após a morte de Denilson Félix, 19, supostamente pela Polícia Militar.
A desistência de Gabriel foi alvo de muitas críticas no ato de ontem. Para os manifestantes, ele teria sido pressionado pelo governo a abandonar o movimento.
"Acho que ele teve medo de ser enquadrado na Lei de Segurança Nacional, porque suas declarações é que nos trouxeram problemas e suscitaram essas acusações de ligação com o tráfico", afirmou André Fernandes.
Líder comunitário do conjunto Bancários (Ilha do Governador, zona norte), Joezer Pimenta disse que Gabriel foi "um soldado covarde". "Queremos mostrar ao governo que não somos bandidos, somos cidadãos do bem", disse Pimenta.


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