São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 2006

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SP muda 76 integrantes de facção de presídio

Jorge Santos/Oeste Notícias
Ônibus leva detentos do presídio de Presidente Bernades, que será reformado, para a penitenciária de Avará


Membros do PCC foram transferidos de Presidente Bernardes para Avaré

Segundo secretaria, remoção ocorreu para "não prejudicar" reforma na unidade, danificada por tumultos em junho e julho

CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE BERNARDES

Sob forte esquema de segurança e com a presença de 30 PMs, 76 presos que, segundo a polícia, são integrantes dos segundo e terceiro escalões do PCC (Primeiro Comando da Capital) foram transferidos ontem do presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes (SP), onde eram submetidos ao RDD (Regime Disciplinar Diferenciado).
Eles foram levados para a penitenciária 1 de Avaré (262 km de SP). Oficialmente, a Secretaria da Administração Penitenciária informa que a remoção ocorreu para "não prejudicar" a reforma na unidade, danificada por tumultos promovidos pelos presos entre junho e julho.
Na ocasião, revoltados com rumores da possível transferência de seus chefes para o presídio federal de Catanduvas (PR), eles destruíram vidros e vasos sanitários e danificaram portas e grades de aço. Cobertores molhados com sapatos envoltos foram usados para a destruição das celas.
As obras começaram há pouco mais de um mês e vão custar em torno de R$ 391 mil. Na primeira fase, grades foram instaladas nos corredores que dão acesso aos raios (alas) e à área do banho de sol para restringir o contato entre agente e preso.
Logo após a transferência, começaram a ser instaladas nas celas chapas de aço entre o vidro e a grade das janelas. Com a saída dos 76 detentos, o CRP passa a abrigar 59 homens num local construído para 160.
Os nomes dos transferidos não foram divulgados. A Folha apurou que havia alguns "sintonias" (responsáveis por ordenar ou repassar ordens do PCC), como Alexandre de Oliveira Silva, o Bebezão; Luciano Rocha, o Tonelada; Valdeci Alves de Lima, o Montanha; Agnaldo Francisco da Silva Pereira, o Magna; Antonio de Pádua Vargas, o Véio; Alexandre Carlos da Silva, o Bradock; Antonio Edilson Reis, o Rei das Fugas; Eduardo Donizeti Silva Rosa, o Aranha; Luiz Sá da Silveira, o Sombrinha; e Ademir Bittencourt, o Bittencourt.

"Notório"
O coordenador das unidades prisionais do oeste do Estado, José Reinaldo da Silva, disse que os principais chefes da facção, como Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, e Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, permanecem na unidade.
"Para não haver risco desnecessário, tomamos o cuidado de não fazer a remoção de nenhum preso notório de mídia. Esses transferidos estão no final do cumprimento do RDD."
Segundo ele, na prisão de Avaré, recém-reformada após a megarrebelião ocorrida em maio, os detentos permanecerão em celas isoladas com características semelhantes ao RDD, que mantém o preso isolado por 22 horas sem direito a visitas íntimas e acesso a rádio, TV e jornais e com direito a duas horas de banho de sol.

Colaborou ANDRÉ CARAMANTE , da Reportagem Local


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