|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Noite fluminense se rende ao sertanejo
Estilo cresce no Estado, alcança casas noturnas e já inspirou até bloco de Carnaval
DO RIO
Em um salão com decoração rústica, homens e mulheres de chapéu e botas copiam
coreografias ditadas pela dupla que, no palco, acentua os
erres ao cantar hits de Luan
Santana ou declamar versos
como "Anel tem que ser de
ouro, bota tem que ser de
couro, mulher pra ser bonita
tem que ter cabelo louro".
A cena não é em Barretos
(423 km de SP), mas na Barra
da Tijuca, bairro de elite na
zona oeste do Rio, que finalmente se rendeu ao ritmo.
Baseada no Paraná, a dupla Mário Augusto e Alexandre faz, em média, 14 shows
por mês -cinco no Rio. "Muitas duplas estão mirando o
Rio. Há muita concorrência
em outras regiões", dizem.
A estudante Wanda Cosentino escolheu a noite sertaneja da Melt, no Leblon,
para comemorar seus 18
anos. Há um ano, ao colocar
discos sertanejos para tocar,
era chamada de brega pelas
mesmas amigas que, com
chapéus e camisas quadriculadas, cantavam vários hits
do gênero em sua festa.
As festas da Melt e da
Nuth, na Barra, são criações
do empresário Marcelo Vital.
"Quando a Oi comprou a Brasil Telecom, pensei: "Muita
gente de outros Estados vai
se mudar para o Rio [sede da
Oi]", diz. "Hoje o carioca representa 50% do público."
Vital idealizou o bloco de
Carnaval "Chora, Me Liga".
Em fevereiro, o trio elétrico
que só toca músicas sertanejas arrastou milhares de pessoas pelo Leblon.
(CIRILO JUNIOR e FÁBIO GRELLET)
Texto Anterior: Luiz Geraldo Toledo Machado (1927-2010): Escritor e nacionalista tenaz Próximo Texto: Tempo seco provoca filas em hospitais Índice
|