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Implantação do sistema de cotas foi polêmica em federais
DA SUCURSAL DO RIO
Os processos que levaram a
adoção de políticas de ações
afirmativas na Uerj e na Unicamp foram distintos e, em ambos casos, geraram reações
contrárias dos que defendem
que são políticas inconstitucionais e que criam uma tensão racial ao dividir candidatos a partir de sua cor da pele.
Na Uerj, as cotas para negros
e alunos da escola pública foram implementadas em 2002
no vestibular por leis estaduais
que até hoje são contestadas no
Supremo Tribunal Federal pela
Federação Nacional das Escolas Particulares.
Na Unicamp, a decisão partiu
da própria instituição e a opção
foi por não reservar um percentual de vagas para cada grupo,
mas, sim, dar uma bonificação
de pontos no vestibular para
alunos autodeclarados pretos,
pardos, indígenas ou saídos de
escolas públicas.
Reservas
Inicialmente, a primeira lei
na Uerj reservava 50% das vagas para alunos da rede pública
e 40% para autodeclarados pretos ou pardos. Posteriormente,
foram incluídos 5% de vagas
para deficientes físicos e outras
minorias étnicas.
Após várias alterações na legislação, esses percentuais mudaram para 20% no caso da rede pública, 20% para autodeclarados negros e 5% para deficientes e minorias étnicas. Nesse último grupo, foram incluídos neste ano filhos de policiais
civis e militares, bombeiros,
inspetores de segurança e de
administração penitenciária
mortos em serviço ou incapacitados permanentemente.
A lei também estabelece um
limite de renda máximo para
inclusão nas cotas. Se os candidatos nesse sistema não obtiverem desempenho mínimo no
vestibular, a vagas são ocupadas pelos demais.
A Unicamp adota um programa diferente desde 2005 e optou por não estabelecer um
percentual mínimo de vagas a
serem reservadas. São dados no
vestibular 30 pontos extras para candidatos que cursaram o
ensino médio em escolas públicas e 40 para autodeclarados
pretos, pardos e indígenas de
escolas públicas.
O coordenador do vestibular,
Leandro Tessler, defende esse
formato no caso da Unicamp
por entender que ele respeita a
autonomia universitária (não
há uma lei externa que a instituição é obrigada a cumprir) e
promove, em sua avaliação, a
inclusão social com desempenho acadêmico.
Tessler reconhece, no entanto, que o caso da Unicamp se assemelha a um contrato de risco:
"Pode haver anos que vários
negros consigam entrar num
curso concorrido, e outro em
que nenhum conquiste a vaga,
mesmo tendo o bônus".
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