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VIOLÊNCIA
Traficantes que voltaram ao presídio conversaram livremente com visitas no domingo, contrariando promessa de autoridades
Visita em Bangu 1 ocorreu sem restrições
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Os oito presos transferidos no
sábado do Batalhão de Choque e
do CPI (Comando de Policiamento do Interior) da Polícia Militar
para o presídio Bangu 1, entre eles
Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, conversaram livremente com visitantes no
domingo, diferentemente do que
havia prometido a Secretaria Estadual da Segurança Pública.
Antes da transferência, a secretaria anunciara que o contato dos
presos com as visitas ocorreria no
parlatório (sala dividida por um
vidro à prova de balas e com telas
de ferro), mesmo local onde eles
deveriam receber os advogados.
A Folha apurou que os presos
receberam os parentes e amigos
nas próprias galerias, como acontecia antes de serem levados para
o Batalhão de Choque.
O diretor de Bangu 1, Lima Freire, não quis falar sobre as visitas.
Disse apenas que os familiares foram ao presídio levar alimentos e
roupas para os presos.
O comandante-geral da PM, coronel Francisco Braz, disse que os
presos não receberam visitas.
"Eles estão no isolamento."
A Secretaria Estadual da Segurança já assumiu a responsabilidade pela administração de Bangu 1. Decreto publicado anteontem no "Diário Oficial" anunciou
que o presídio passou do Desipe
(Departamento do Sistema Penitenciário) para a secretaria.
Cerca de 50 policiais militares
trabalham na administração e na
segurança do presídio.
Além de Beira-Mar, foram
transferidos do batalhão para
Bangu 1 os traficantes Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, Marco
Antônio Tavares, o Marquinho
Niterói, Marco Antônio Pereira
Firmino, o My Thor, Marco Marinho dos Santos, o Chapolim,
Márcio Nepomuceno, o Marcinho VP, e Márcio Silva Macedo, o
Gigante. Outro transferido foi
Celso Luiz Rodrigues, o Celsinho
da Vila Vintém, que estava no
CPI, em Niterói (a 15 km do Rio).
Restringir visitas de parentes e
advogados é uma das sanções disciplinares aplicadas aos presos
acusados de participar do massacre em Bangu 1 no dia 11 de setembro, quando detentos ligados ao
CV (Comando Vermelho) mataram quatro rivais, entre eles Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, e
destruíram parcialmente o local.
Depois da rebelião, seis presos
foram removidos para o batalhão,
onde só podiam receber um advogado por dia. Durante o período em que os presos estiveram no
batalhão, Bangu 1 passou por
uma ampla reforma. Foram instalados bloqueadores de celulares e
16 câmeras de vídeo para monitorar os detentos.
O diretor do Desipe, major Hugo Freire, informou que os bloqueadores estão funcionando. Ele
disse que, em caso de falhas, o
aparelho possui um alarme que
aciona diretamente uma torre de
controle. Ele não quis dizer quem
é o responsável pelo controle dos
bloqueadores, alegando questões
de segurança.
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