UOL


São Paulo, quinta-feira, 30 de outubro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Pressão está nas mãos da família

DA REPORTAGEM LOCAL

"Depende da família a criança ficar ou não traumatizada com um vestibulinho." A afirmação de Raquel Caruso Whitaker, especialista em psicopedagogia do CAD (Centro de Aprendizagem e Desenvolvimento), se aplica à experiência da psicóloga Ana Carolina de Almeida Prado, 52, com os filhos Gabriel, 15, e Matheus, 13.
Prado e o marido queriam que o mais velho estudasse desde o início no Colégio Santa Cruz, um dos mais concorridos da capital, porque "além de ser do lado de casa, é um dos melhores."
O menino prestou o vestibulinho para entrar na 1ª série, mas não foi aprovado. "Tudo transcorreu sem traumas. Ele nem se deu conta do que estava acontecendo, e nós o matriculamos numa outra escola. Era meio nosso sonho [que ele entrasse no Santa Cruz], mas nos esforçamos para não colocar nenhuma pressão."
Gabriel acabou entrando no Santa Cruz na 5ª série, depois de ter tido aulas preparatórias para o exame. "Ele não se adaptou de cara. A exigência é maior, mas hoje ele gosta", afirma a mãe.
Com o filho mais novo, os pais nem tentaram o Santa Cruz, mas o menino queria ir para o mesmo colégio do irmão mais velho. "O Matheus fez a prova só na 5ª série, porque quis. Quando não passou, ficou desolado e, no ano seguinte, pediu para fazer de novo. Deixei claro que, se passasse, ele teria de repetir o ano. Ele fez, passou, repetiu e está satisfeito", conta.
Prado admite, porém, que nem todos os pais têm a tranquilidade de não pressionar os filhos, por isso apóia o fim do vestibulinho.


Texto Anterior: Prova é ruim e ilegal, dizem especialistas
Próximo Texto: Estudantes protestam contra corte de bolsas
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.