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Pressão está nas mãos da família
DA REPORTAGEM LOCAL
"Depende da família a criança
ficar ou não traumatizada com
um vestibulinho." A afirmação de
Raquel Caruso Whitaker, especialista em psicopedagogia do
CAD (Centro de Aprendizagem e
Desenvolvimento), se aplica à experiência da psicóloga Ana Carolina de Almeida Prado, 52, com os
filhos Gabriel, 15, e Matheus, 13.
Prado e o marido queriam que o
mais velho estudasse desde o início no Colégio Santa Cruz, um
dos mais concorridos da capital,
porque "além de ser do lado de
casa, é um dos melhores."
O menino prestou o vestibulinho para entrar na 1ª série, mas
não foi aprovado. "Tudo transcorreu sem traumas. Ele nem se
deu conta do que estava acontecendo, e nós o matriculamos numa outra escola. Era meio nosso
sonho [que ele entrasse no Santa
Cruz], mas nos esforçamos para
não colocar nenhuma pressão."
Gabriel acabou entrando no
Santa Cruz na 5ª série, depois de
ter tido aulas preparatórias para o
exame. "Ele não se adaptou de cara. A exigência é maior, mas hoje
ele gosta", afirma a mãe.
Com o filho mais novo, os pais
nem tentaram o Santa Cruz, mas
o menino queria ir para o mesmo
colégio do irmão mais velho. "O
Matheus fez a prova só na 5ª série,
porque quis. Quando não passou,
ficou desolado e, no ano seguinte,
pediu para fazer de novo. Deixei
claro que, se passasse, ele teria de
repetir o ano. Ele fez, passou, repetiu e está satisfeito", conta.
Prado admite, porém, que nem
todos os pais têm a tranquilidade
de não pressionar os filhos, por isso apóia o fim do vestibulinho.
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