São Paulo, sábado, 30 de outubro de 2004

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ARGENTINA

Para ministro, SP é mau exemplo em segurança

SILVANA ARANTES
DE BUENOS AIRES

O ministro do Interior da Argentina, Aníbal Fernández, apontou São Paulo como exemplo negativo de segurança, ao lado do México e da Colômbia.
"A Argentina não é a Colômbia, nem o México, nem a cidade de São Paulo", comparou ele, ao comentar a solução dada nesta semana pela polícia local a um caso de seqüestro, encerrado com a libertação da refém e sem o pagamento do resgate.
A declaração de Fernández foi feita em jantar com representantes da Associação de Entidades Jornalísticas Argentinas, na quinta-feira, e reproduzida ontem pelo jornal "La Nación".
À Folha, o porta-voz do ministro, Fernando Coradazzi, disse que ele não iria "aprofundar o assunto" e que havia feito "apenas um comentário estatístico, sem intenção de entrar nos temas da polícia brasileira".
De 23 de setembro a 23 de outubro, foram realizados 28 seqüestros (incluindo os relâmpagos) na Argentina, de acordo com o jornal "Clarín". O governo do presidente Néstor Kirchner tenta capitalizar a libertação da empresária Patricia Nine, no último domingo, depois de 25 dias de cativeiro.
O aumento dos índices de violência urbana e a falta de confiança da população na polícia são uma das principais fragilidades do governo Kirchner.
Foi de um caso de seqüestro com desfecho trágico -o assassinato do estudante Axel Blumberg, em abril- que surgiu a maior liderança civil no recente panorama político do país. O engenheiro Juan Carlos Blumberg, pai do jovem assassinado, conquistou o apoio de milhões de argentinos numa "cruzada contra a insegurança". Blumberg tornou-se ativista pela mudança das leis sobre criminalidade.
No mesmo dia em que Nine foi libertada, a residência presidencial foi invadida por um homem, que permaneceu por três horas sem ser abordado e fugiu.


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