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Cobrador amigo de sindicalista morto agora vive escondido
Ele presenciou assassinato e diz que morte tem relação com denúncias de corrupção
ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO
"Sou marcado para morrer, sei que sou o próximo." A
afirmação é do cobrador de
ônibus Willian Oliveira, 30.
Ele estava ao lado do sindicalista Sérgio Augusto Ramos,
48, quando dois homens o
mataram na segunda-feira.
Ramos era um dos diretores de base do Sindmotoristas (Sindicato dos Motoristas
e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano) de
SP e havia feito à Promotoria
uma série de denúncias de
corrupção na entidade.
Oliveira e Ramos eram
amigos havia seis anos e, para o cobrador, a morte tem relação com as denúncias.
O medo fez com que Oliveira deixasse a casa onde vivia
com a mulher e dois filhos e
agora viva escondido.
"Não posso dizer quem puxou o gatilho porque estavam de capacete, mas o mais
provável é que seja gente do
nosso sindicato mesmo."
"Uma vez, o Sérgio recebeu uma ameaça e colocou o
telefone celular no viva voz.
Ouvi a pessoa dizer que, caso
ele não retirasse as acusações feitas contra o Jorginho
[Isao Hosogi, presidente do
Sindmotoristas], sabia muito
bem o que ia acontecer, inclusive com a família", disse.
Procurado, Hosogi não falou.
O diretor de finanças do
Sindmotoristas, José Valdevan de Jesus Santos, é investigado pela polícia sob suspeita de ligação com a facção
criminosa PCC. Ele nega.
Na manhã de 11 de janeiro
de 2008, o sindicalista Renato Souza de Oliveira, 44, foi
morto a tiros quando ia de
sua casa ao aeroporto de
Guarulhos para buscar Santos, que voltava de Sergipe.
Oliveira também foi assassinado por dois homens em
uma moto.
Até hoje, o DHPP (departamento de homicídios), da Polícia Civil, não sabe quem
matou Oliveira, que era presidente da Cooperativa Habitacional dos Trabalhadores
do Transporte Urbano de São
Paulo, cujo diretor financeiro
também era Santos.
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