São Paulo, sábado, 30 de dezembro de 2006

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Rio sofre novos ataques, mas sem feridos

Fachada de centro cultural projetado por Oscar Niemeyer é alvo de tiros; PMs são atacados ao patrulhar via expressa

Secretaria de Segurança minimiza episódios e afirma que fatos não têm ligação com a onda de ataques da quinta-feira

DA SUCURSAL DO RIO

A região metropolitana do Rio de Janeiro voltou a sofrer ataques entre a noite de quinta-feira e a madrugada de ontem. Um centro cultural foi metralhado em Duque de Caxias (Baixada Fluminense), policiais foram atacados nas linhas Amarela e Vermelha, que chegou a ser fechada, e dois ônibus foram incendiados. Em todos os casos, não houve feridos.
A Secretaria de Segurança Pública minimizou os episódios. Segundo a pasta, todos os casos foram fatos isolados e não têm ligação com a onda de ataques ocorrida na madrugada e manhã de anteontem, quando 18 pessoas morreram (11 inocentes e 7 supostos criminosos), 5 delegacias e 4 cabines da PM foram metralhadas, e 6 ônibus foram incendiados.
Apesar de ter ocorrido menos ataques, a população sofreu com a falta de ônibus. Temerosas, as 48 empresas da capital fluminense retiraram as frotas de circulação na madrugada.
Um ônibus da Expresso Nossa Senhora da Glória foi incendiado por bandidos ontem à noite, por volta das 20h, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense. Ainda na noite de quarta-feira, um outro ônibus foi incendiado em Niterói. O coletivo da viação Pendotiba, que faz a linha 46 (Centro-Várzea das Moças), foi atacado na estrada Francisco da Cruz Nunes, no Cantagalo. Armados com fuzis e pistolas, os criminosos dispararam tiros para o alto, mandaram os passageiros desceram e atearam fogo no veículo. Ninguém foi preso.
Ao todo, 11 ônibus foram queimado no Rio em dois dias.
A fachada principal da biblioteca do Centro Cultural Oscar Niemeyer, no centro de Duque de Caxias, foi metralhada por volta da 1h30. Pelo menos 13 tiros foram disparados por homens que estavam em uma motocicleta. Eles ainda chegaram a ser perseguidos pela polícia, mas conseguiram escapar.
A Secretaria de Segurança atribuiu o caso a um ato de vandalismo praticado por jovens que tinham acabado de sair de um baile funk na favela da Mangueirinha.
Os PMs também foram alvos de ataques. Na linha Vermelha, cerca de 20 traficantes da favela Furquim Mendes dispararam tiros de fuzil contra policiais que faziam o patrulhamento na via expressa, nas proximidades da saída para a rodovia Washington Luiz (Rio-Petrópolis). Por precaução, a via foi fechada por cerca de 15 minutos. Mesmo assim, com medo dos tiros, alguns motoristas voltaram na contramão.
Na linha Amarela, policiais militares do BPVE (Batalhão de Policiamento em Vias Especiais) também foram alvejados por tiros nas proximidades do complexo da Maré (zona norte). Para a secretaria, os dois episódios foram casos rotineiros de confrontos.
Com o objetivo de evitar a repetição dos ataques, a polícia está ocupando 23 favelas na região metropolitana.


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