|
Texto Anterior | Índice
Prefeitura usará falta de alvará para retirar outdoors
Plano da gestão Kassab é utilizar lei anterior, de 2003, para driblar liminares que impedem veto à publicidade aprovado neste ano
DO "AGORA"
A gestão do prefeito Gilberto
Kassab (PFL) promete começar na próxima terça-feira -o
primeiro dia útil de 2007- uma
grande ofensiva contra as empresas de mídia exterior. O plano é retirar das ruas da cidade
outdoors e peças publicitárias
que não possuem alvará.
Impedida por liminar de
aplicar a lei que proíbe a propaganda externa em São Paulo a
partir de 1º de janeiro, a prefeitura pretende driblar a decisão
que beneficia mais de 40 mil
comerciantes ao remover as
peças que já infringiam a legislação anterior, de 2003, ou que
não têm licença de instalação.
Atualmente, as empresas estão autorizadas a manter anúncios indicativos em suas fachadas dentro de limites que vão
de 1,5 m2 a 10 m2, dependendo
do tamanho do imóvel. No decreto da nova legislação, Kassab prorrogou até março o prazo para as empresas retirarem
os anúncios de suas fachadas.
A relação dos primeiros 207
outdoors ilegais foi publicada
ontem no "Diário Oficial" da
Cidade. A fiscalização inicia a
retirada das peças a partir do
dia 2 -serão 60 frentes de trabalho, com sete fiscais cada
uma, nas 31 subprefeituras.
As peças ficam em áreas de
sete subprefeituras: Sé, Pinheiros, Freguesia do Ó, Vila Prudente, Ermelino Matarazzo,
Aricanduva e Penha. A multa
aos infratores é de R$ 10 mil e
dobra em caso de reincidência.
Liminares
Pelo menos oito empresas, a
Associação Comercial de São
Paulo e o Sepex (Sindicato das
Empresas de Publicidade Exterior) prometem acionar a Justiça para que mantenham suas
peças até que os méritos das
ações contra a "lei do outdoor"
sejam julgados.
Desde a aprovação da lei na
Câmara Municipal, no final de
setembro, liminares de empresas tentam inviabilizar a entrada em vigor da fiscalização no
prazo pretendido pelo governo.
O projeto, batizado por Kassab como Cidade Limpa, é o de
maior visibilidade do prefeito,
que assumiu o cargo em abril
deste ano em substituição a José Serra (PSDB).
No último dia 14, o juiz Elias
Júnior Bezerra, da 2ª Vara da
Fazenda Pública de São Paulo,
concedeu liminar solicitada pela Associação Comercial que
suspendeu, para os sócios da
entidade, os efeitos da nova lei.
A liminar beneficiou os associados da entidade -cerca de
40 mil na capital.
No próximo ano, lojistas
também prometem buscar
meios jurídicos para impedir a
aplicação do decreto que proibiu, a partir de janeiro de 2007,
o uso de sistemas de som no comércio para o anúncio de vendas e promoções, inclusive os
caminhões e peruas que comercializam frutas e pamonhas.
(DIEGO ZANCHETTA)
Texto Anterior: Ilha de Marajó: Garoto que ficou perdido 29 dias tem alta Índice
|