|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Em 20 min, 2 travestis são mortos no Rio
Disparos teriam sido efetuados do mesmo carro, em Jacarepaguá, zona oeste; para delegado, principal hipótese é homofobia
Também no Rio, menina de sete anos morreu ao ser atingida na cabeça por bala perdida durante tiroteio de traficantes, na zona norte
MARIA LUIZA RABELLO
DA SUCURSAL DO RIO
Dois travestis foram assassinados a tiros na madrugada de
ontem em Jacarepaguá, zona
oeste do Rio. Os dois crimes
ocorreram com intervalo de 20
minutos.
O delegado Pedro Paulo Pontes Pinho, responsável pelo caso, disse, em nota, que a principal hipótese para os assassinatos é ""homofobia". As duas
áreas são de prostituição.
Por volta das 3h30, Maicon
Teixeira Karan Mendes, de 20
anos, foi baleado no tórax, na
rua Atituba, na Taquara. Segundo testemunhas ouvidas
pela Polícia Civil, ele fazia um
lanche com um colega, que fugiu ao ouvir os disparos. Maicon chegou a ser socorrido no
hospital Lourenço Jorge, mas
não resistiu aos ferimentos.
Pouco depois, às 3h50, Alex
Eduardo Silva, 38, foi baleado
na Estrada dos Bandeirantes. O
local fica a cerca de 3 km de distância de onde o primeiro crime foi cometido.
Silva não portava documentos e, segundo a polícia, a identificação do corpo foi feita por
colegas. Ele deixava uma van e
morreu no local.
Dois homens que estavam
em um carro Palio, cor prata,
são os principais suspeitos, segundo o delegado. A placa do
veículo não foi identificada.
Em junho, na Barra da Tijuca, bairro vizinho ao dos crimes
de ontem, a empregada doméstica Sirlei Dias Carvalho Pinto,
32, foi espancada e roubada por
cinco jovens quando estava em
um ponto de ônibus na avenida
Lúcio Costa.
Ela seguia para uma consulta
médica. Na delegacia, os acusados disseram acreditar que a
empregada agredida era "uma
prostituta".
No mês passado, o estudante
Ferruccio Silvestro, 19, teve o
rosto desfigurado e ficou quatro dias internado depois ter sido agredido na saída de uma
boate GLS, em Niterói. Silvestro foi abordado por três rapazes e tentou fugir, mas foi perseguido e atacado.
Bala perdida
Uma menina de 7 anos morreu na noite de sexta-feira na
zona norte do Rio, após ter sido
atingida na cabeça por uma bala perdida.
Andrielly dos Santos Pereira
Farias saía às 21h de uma igreja
Batista na rua Ana Maria e estava a poucos metros de casa, no
Morro da Caixa D'Água, em
Quintino, quando foi baleada.
No primeiro semestre de
2007, 170 pessoas foram vítimas de bala perdida. A localidade com maior incidência foi
justamente a 3ª AISP (Área Integrada de Segurança Pública),
à qual pertence o bairro de
Quintino, onde Andrielly morava. Foram 30 casos (18% do
total no Estado), um deles com
morte. A capital teve 135 casos
no primeiro semestre.
De acordo com policiais militares do 3º Batalhão de Polícia
Militar (Méier), havia tiroteio
devido a rixas por poder entre
traficantes da localidade, da
facção criminosa ADA (Amigos
dos Amigos), no horário em que
a menina foi baleada.
Texto Anterior: Claudio Camunguelo, flauta de bamba Próximo Texto: Menina de 4 anos é baleada em assalto no Guarujá Índice
|