São Paulo, domingo, 30 de dezembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Em 20 min, 2 travestis são mortos no Rio

Disparos teriam sido efetuados do mesmo carro, em Jacarepaguá, zona oeste; para delegado, principal hipótese é homofobia

Também no Rio, menina de sete anos morreu ao ser atingida na cabeça por bala perdida durante tiroteio de traficantes, na zona norte

MARIA LUIZA RABELLO
DA SUCURSAL DO RIO

Dois travestis foram assassinados a tiros na madrugada de ontem em Jacarepaguá, zona oeste do Rio. Os dois crimes ocorreram com intervalo de 20 minutos.
O delegado Pedro Paulo Pontes Pinho, responsável pelo caso, disse, em nota, que a principal hipótese para os assassinatos é ""homofobia". As duas áreas são de prostituição.
Por volta das 3h30, Maicon Teixeira Karan Mendes, de 20 anos, foi baleado no tórax, na rua Atituba, na Taquara. Segundo testemunhas ouvidas pela Polícia Civil, ele fazia um lanche com um colega, que fugiu ao ouvir os disparos. Maicon chegou a ser socorrido no hospital Lourenço Jorge, mas não resistiu aos ferimentos.
Pouco depois, às 3h50, Alex Eduardo Silva, 38, foi baleado na Estrada dos Bandeirantes. O local fica a cerca de 3 km de distância de onde o primeiro crime foi cometido.
Silva não portava documentos e, segundo a polícia, a identificação do corpo foi feita por colegas. Ele deixava uma van e morreu no local.
Dois homens que estavam em um carro Palio, cor prata, são os principais suspeitos, segundo o delegado. A placa do veículo não foi identificada.
Em junho, na Barra da Tijuca, bairro vizinho ao dos crimes de ontem, a empregada doméstica Sirlei Dias Carvalho Pinto, 32, foi espancada e roubada por cinco jovens quando estava em um ponto de ônibus na avenida Lúcio Costa.
Ela seguia para uma consulta médica. Na delegacia, os acusados disseram acreditar que a empregada agredida era "uma prostituta".
No mês passado, o estudante Ferruccio Silvestro, 19, teve o rosto desfigurado e ficou quatro dias internado depois ter sido agredido na saída de uma boate GLS, em Niterói. Silvestro foi abordado por três rapazes e tentou fugir, mas foi perseguido e atacado.

Bala perdida
Uma menina de 7 anos morreu na noite de sexta-feira na zona norte do Rio, após ter sido atingida na cabeça por uma bala perdida.
Andrielly dos Santos Pereira Farias saía às 21h de uma igreja Batista na rua Ana Maria e estava a poucos metros de casa, no Morro da Caixa D'Água, em Quintino, quando foi baleada.
No primeiro semestre de 2007, 170 pessoas foram vítimas de bala perdida. A localidade com maior incidência foi justamente a 3ª AISP (Área Integrada de Segurança Pública), à qual pertence o bairro de Quintino, onde Andrielly morava. Foram 30 casos (18% do total no Estado), um deles com morte. A capital teve 135 casos no primeiro semestre.
De acordo com policiais militares do 3º Batalhão de Polícia Militar (Méier), havia tiroteio devido a rixas por poder entre traficantes da localidade, da facção criminosa ADA (Amigos dos Amigos), no horário em que a menina foi baleada.


Texto Anterior: Claudio Camunguelo, flauta de bamba
Próximo Texto: Menina de 4 anos é baleada em assalto no Guarujá
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.