São Paulo, quinta-feira, 31 de janeiro de 2002

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Polícia divulga retrato falado

DA FOLHA CAMPINAS

A Polícia Civil informou ter a identificação da suposta quadrilha responsável pelo sequestro do empresário Roberto Benito Júnior, de Salto. Dois retratos falados de integrantes do grupo já foram montados pela Polícia Civil.
Um deles foi feito após o depoimento de uma testemunha que teria presenciado o sequestro no dia 2 de outubro. O outro foi feito recentemente, durante a negociação com os sequestradores.
A quadrilha, formada por aproximadamente dez homens, é qualificada pela polícia como "altamente especializada" em ações de sequestro. Segundo o delegado seccional de Sorocaba, Everardo Tanganelli Júnior, o bando já existe há cerca de cinco anos e atua especificamente em sequestros.
A polícia informou ter identificado a atuação do grupo em São Paulo, no sul de Minas Gerais e no interior de São Paulo. Os outros casos não foram divulgados para não prejudicar as investigações.
Para a polícia, o grupo não tem qualquer ligação com o sequestrador Wanderson Newton de Paula Lima, 23, o Andinho -um dos sequestradores mais procurados na região de Campinas.
Para a polícia, o modo de atuação do grupo que realizou o sequestro de Salto é diferente do da quadrilha de Andinho. Além do fato de a vítima ter sido mantida durante todo o tempo em um único cativeiro, as formas de contato com a família são bem distintas.
O grupo usa códigos cifrados e até mesmo apresenta provas que depois são recolhidas, o que, segundo a polícia, evidencia um maior grau de profissionalismo nas ações. "Um grupo que quiser fazer um sequestro longo como esse precisa ter dinheiro para isso", disse o delegado. As suspeitas são de que o caixa feito pela quadrilha tenha sido conseguido com outros sequestros.
Um dos fatos mais preocupantes para a polícia é a suspeita de que o sequestrado possa ter sido entregue a outros criminosos durante o decorrer da ação.
A suspeita ocorreu após 60 dias de sequestro sem acordo quanto ao valor do resgate, quando o negociador teria sido trocado.
O delegado disse que a polícia investiga a possibilidade de a quadrilha que realizou o sequestro ter "vendido" a vítima para um outro grupo. Outra suspeita levantada foi também a de que o bando teria "terceirizado" as negociações.
A polícia mantém como principal frente de investigação, no entanto, o fato de a quadrilha de sequestradores ser uma só.


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