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Polícia divulga retrato falado
DA FOLHA CAMPINAS
A Polícia Civil informou ter a
identificação da suposta quadrilha responsável pelo sequestro do
empresário Roberto Benito Júnior, de Salto. Dois retratos falados de integrantes do grupo já foram montados pela Polícia Civil.
Um deles foi feito após o depoimento de uma testemunha que
teria presenciado o sequestro no
dia 2 de outubro. O outro foi feito
recentemente, durante a negociação com os sequestradores.
A quadrilha, formada por aproximadamente dez homens, é qualificada pela polícia como "altamente especializada" em ações de
sequestro. Segundo o delegado
seccional de Sorocaba, Everardo
Tanganelli Júnior, o bando já existe há cerca de cinco anos e atua especificamente em sequestros.
A polícia informou ter identificado a atuação do grupo em São
Paulo, no sul de Minas Gerais e no
interior de São Paulo. Os outros
casos não foram divulgados para
não prejudicar as investigações.
Para a polícia, o grupo não tem
qualquer ligação com o sequestrador Wanderson Newton de
Paula Lima, 23, o Andinho -um
dos sequestradores mais procurados na região de Campinas.
Para a polícia, o modo de atuação do grupo que realizou o sequestro de Salto é diferente do da
quadrilha de Andinho. Além do
fato de a vítima ter sido mantida
durante todo o tempo em um único cativeiro, as formas de contato
com a família são bem distintas.
O grupo usa códigos cifrados e
até mesmo apresenta provas que
depois são recolhidas, o que, segundo a polícia, evidencia um
maior grau de profissionalismo
nas ações. "Um grupo que quiser
fazer um sequestro longo como
esse precisa ter dinheiro para isso", disse o delegado. As suspeitas
são de que o caixa feito pela quadrilha tenha sido conseguido com
outros sequestros.
Um dos fatos mais preocupantes para a polícia é a suspeita de
que o sequestrado possa ter sido
entregue a outros criminosos durante o decorrer da ação.
A suspeita ocorreu após 60 dias
de sequestro sem acordo quanto
ao valor do resgate, quando o negociador teria sido trocado.
O delegado disse que a polícia
investiga a possibilidade de a quadrilha que realizou o sequestro ter
"vendido" a vítima para um outro
grupo. Outra suspeita levantada
foi também a de que o bando teria
"terceirizado" as negociações.
A polícia mantém como principal frente de investigação, no entanto, o fato de a quadrilha de sequestradores ser uma só.
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