São Paulo, quinta-feira, 31 de janeiro de 2002

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Petista leva nova denúncia à PF

DA REPORTAGEM LOCAL

O deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT) apresentou ontem à Polícia Federal a cópia de um e-mail recebido pela direção nacional do partido que, segundo ele, pode ser mais uma pista sobre o sequestro e a morte do prefeito Celso Daniel.
O e-mail traz a íntegra do depoimento de um militar reformado, que foi ouvido em Marabá pela Sociedade Paraense de Direitos Humanos. Esse homem, cujo nome não foi divulgado, disse ter ouvido, no banheiro de um posto de estrada, uma conversa entre três homens que podem estar ligados ao crime.
Segundo esse militar, que viajava de ônibus de Goiânia a Marabá na tarde do dia 19, os três conversavam sobre um "trabalho" que tinham feito em Santo André. O corpo de Celso Daniel foi encontrado no dia 20. "[Disseram" Que o trabalho tinha dado certo. Que o próximo trabalho ia ser feito numa pessoa acima da que fora feito", disse Greenhalgh, repetindo trecho do depoimento.
Segundo o deputado, o militar chegou a ser ameaçado depois que os homens descobriram que ele estava no banheiro e poderia ter escutado a conversa.
Para escapar, o militar teria dito para o trio que não tinha dinheiro e estava apenas passando pelo posto. Os três homens teriam dado R$ 1.000 para ajudá-lo. Ele ainda disse que o trio tinha uma mala com muito dinheiro e que pôde ver uma pistola semelhante à usada para matar Celso Daniel.
Um quarto homem, que ele não chegou a ver, também estaria viajando com os três. A descrição do trio e o conteúdo das conversas que mantiveram no banheiro constam do depoimento que Greenhalgh entregou ontem à PF em São Paulo. "Não tem nada a ver com Farb [Frente de Ação Revolucionária Brasileira"", disse o deputado.
Greenhalgh afirmou que o militar se apresentou para depor "espontaneamente". O deputado disse ainda que, segundo o advogado da Sociedade Paraense de Direitos Humanos, que colheu o depoimento, a conversa que o militar diz ter ouvido pode ter ligações com o caso Celso Daniel.
"[O e-mail" É muito vago. Não tem toda a importância que querem dar", disse o porta-voz da PF, Gilberto Tadeu Vieira César.



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