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LEGISLATIVO
Mesmo com divisão na bancada petista, proposta de Mentor, que irá para 2ª votação, teve 33 votos
Câmara aprova anistia a comércio
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Câmara Municipal aprovou
ontem, em primeira votação, projeto que dá anistia temporária ao
comércio irregular instalado em
determinadas ruas e avenidas residenciais de São Paulo.
O projeto legaliza o comércio
em cerca de 60 vias onde hoje há
diversas lojas funcionando irregularmente, como a avenida Pacaembu e a alameda Gabriel
Monteiro da Silva -pela lei em
vigor, poderia haver apenas moradias nesses locais.
Para entrar em vigor, a proposta
ainda precisará ser submetida a
uma segunda votação. Enquanto
isso não ocorrer, o texto aprovado
poderá ser modificado -já há
pelo menos um projeto substitutivo em tramitação.
Caso a proposta vire lei, serão
beneficiadas empresas como PB
Kids, Casa da Prateleira, M Martan, Laselva, Kiko's, Kasinski e
Copel. A Daslu Homem está na
mesma situação. Todas têm unidades em áreas que, pelo projeto,
serão transformadas em corredores de uso especial -onde o comércio é permitido.
Segundo o sindicato dos comerciários, há cerca de 10 mil funcionários em estabelecimentos instalados irregularmente.
A aprovação na Câmara ocorreu um dia depois que vereadores
chegaram a considerar a proposta
sepultada.
Anteontem, o autor do projeto,
José Mentor (PT), líder do governo, nem conseguiu apoio suficiente para colocá-lo em votação
-faltaram 3 dos 28 votos necessários. Ontem, Mentor obteve 33
votos -o mínimo necessário para a aprovação. Outros 15 vereadores votaram contra, e 7 estavam
ausentes.
Divisão
Na votação, ficou confirmado
um racha na bancada do PT: dos
16 vereadores petistas, 6 votaram
contra e 2 não compareceram.
Além do próprio Mentor, 7 foram
favoráveis.
Em outros partidos, mesmo vereadores que votaram a favor fizeram ressalvas. É o caso do vereador Celso Jatene (PTB), que não
concorda com a regularização de
lojas que ficam nos fundos de terrenos dos corredores -pelo projeto, as quadras adjacentes aos
corredores também são liberadas
para o comércio.
Temendo uma derrota, Mentor
chegou a pedir a suspensão da votação quando um de seus aliados
sumiu do plenário. "O Jooji [Hato, PMDB" desapareceu", disse o
vereador José Viviani Ferraz (PL),
em determinado momento.
Hato acabou aparecendo depois
de vereadores terem cogitado
procurar o parlamentar até em
uma padaria que fica em frente à
Câmara.
Em outro momento tenso, o vereador José Farhat (PSD) sugeriu,
em discurso, que quem votasse a
favor do projeto seria alvo de investigação do Ministério Público.
Parlamentares encararam a declaração como uma ameaça e iniciaram um bate-boca.
Pelo projeto, a regularização
temporária valerá até a votação
-prevista para este semestre-
dos planos diretores regionais e
da Lei de Uso e Ocupação do Solo.
Também foram aprovados ontem outros três projetos, esses em
votação final. Eles tratam de normas para reduzir anúncios na cidade, da agilização do julgamento
de servidores públicos envolvidos
em irregularidades e da criação de
um fundo de preservação do patrimônio histórico e cultural da
área da Luz, no centro.
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