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São Paulo, sexta-feira, 31 de janeiro de 2003

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VIOLÊNCIA

O grupo de seis homens armados se rendeu após mais de três horas de cerco policial; faxineira disparou o alarme

Assaltantes fazem 42 reféns em Minas

Eugênio Moraes/"Hoje em Dia"
Refém é amparada ao deixar a agência do banco Safra onde seis assaltantes fizeram 42 reféns ontem à tarde, em Belo Horizonte


LEONARDO WERNER
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Seis homens armados mantiveram 32 pessoas reféns por mais de três horas durante uma tentativa de assalto a banco na região centro-sul de Belo Horizonte. Outras dez pessoas foram libertadas quando a ação já durava cerca de uma hora e meia.
O grupo invadiu a agência do banco Safra por volta das 13h. O local fica a dois quarteirões da Praça da Liberdade, onde estão localizadas a maior parte das secretarias de governo de Minas Gerais e a sede do poder do Estado, o Palácio da Liberdade.
O grupo chegou ao local em três carros roubados. Ainda não se sabe como os assaltantes conseguiram passar pelo detector de metais, entrando com quatro revólveres calibre 38 e duas pistolas automáticas. A polícia acredita que houve facilitação, hipótese que deverá ser investigada pelo banco.
Uma faxineira que estava no banheiro quando o assalto foi anunciado conseguiu disparar o alarme e chamar a polícia. Em poucos minutos, devido à concentração de delegacias nas proximidades, o banco já estava cercado.
Aproximadamente 80 policiais militares e 50 homens da Polícia Civil foram deslocados. Dois helicópteros vigiavam a área. Atiradores de elite se postaram diante de entradas e janelas do banco.
Por volta das 13h30 começaram as negociações com a polícia. Os assaltantes propuseram a troca de dez reféns pela fita de vídeo do sistema de segurança e por capuzes. Foram atendidos, e as pessoas foram liberadas por volta das 14h30.
Convencidos a desistir de uma fuga, os assaltantes pediram a presença de um advogado e da imprensa. Quiseram ainda garantias de que seriam levados para a Casa de Detenção Dutra Ladeira, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Depois de os negociadores terem concordado com esses termos, os reféns que estavam na agência foram aos poucos sendo libertados. Uma mulher chegou a desmaiar e foi socorrida pelos bombeiros.

Presos
Assaltantes e reféns foram levados à Delegacia de Furtos e Roubos para prestar depoimento.
De acordo com o advogado Simeão Resende, que vai representar o grupo de assaltantes, todos eles têm passagens anteriores pela polícia, incluindo um adolescente de 17 anos.
O chefe do grupo, segundo a polícia, é Alécio de Oliveira dos Santos, 25, conhecido como "Capeta". Ele cumpria pena em regime semi-aberto por outro assalto. Santos e os demais assaltantes serão processados por tentativa de assalto, formação de quadrilha e também por terem mantido pessoas reféns.
Ainda será investigada a participação de uma sétima pessoa no grupo: uma mulher, que teria sido vista por reféns.


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