São Paulo, domingo, 31 de janeiro de 2010

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ILHABELA

39% da taxa cobrada de turista vai para empresa que cobra taxa

FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

A Prefeitura de Ilhabela (litoral norte de SP) gastou quase 40% do que arrecadou com a chamada Taxa de Preservação Ambiental, que os turistas pagam ao deixar a cidade, para custear a própria arrecadação da taxa.
A receita de 2009 com a TPA foi de R$ 1,4 milhão. A GPTrans, que operar o sistema de cobrança, recebeu R$ 540 mil, 39% do total.
A TPA é cobrada em Ilhabela desde março de 2008. Foi criada sob a justificativa de financiar projetos voltados à preservação ambiental na cidade, que tem mais de 80% de sua área sob proteção. Hoje, estão isentos do pagamento só veículos com placa do município, ambulâncias e carros oficiais.
No dia 1º de janeiro, a prefeitura reajustou o valor cobrado de carros (R$ 2 para R$ 5) e caminhonetes (R$ 3 para R$ 8). Motociclistas pagam R$ 2 e ônibus, R$ 40.
O município paga R$ 45 mil por mês à GPTrans. Para o secretário de Meio Ambiente de Ilhabela, Harry Finger, o valor é alto, mas o serviço prestado é amplo, o que justifica o custo.
"A empresa não faz só a cobrança da taxa. Também faz contagem e fotografa os carros. Há todo um sistema de informática utilizado", disse.
De acordo com Finger, a prefeitura investiu em 2009 R$ 503,8 mil do valor obtido com a TPA. Os principais gastos foram com a compra de três caminhões, um carro e contêineres, além do pagamento do transporte de lixo. Ilhabela não possui aterro e tem que "exportar" resíduos.
Questionado sobre projetos de preservação, o secretário citou um visando educação ambiental e outro que tem o objetivo de reconstituir matas ciliares. Neste ano, disse, parte da verba deve ser usada para acelerar obras de saneamento do município, que hoje tem apenas 4% de seu esgoto tratado.
"É um valor alto [o custo com a operação do sistema de cobrança da TPA], mas a gente tem que levar em consideração que, até abril de 2009, nós tínhamos prejuízo com a taxa. Acredito que a tendência agora, com o acerto dos valores cobrados de carros e caminhonetes, é que [o percentual repassado à GPTrans] vá diminuir um pouco", disse o secretário.
A previsão de Finger é que em 2010 a prefeitura consiga arrecadar até R$ 2,5 milhões com a cobrança.


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