São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 2006

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PATRIMÔNIO

Espaço, na zona sul de SP, abriga os restos mortais de dom Pedro 1º e das imperatrizes Leopoldina e Amélia

Capela Imperial será reaberta para visitação

AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Capela Imperial do Monumento à Independência, que guarda os restos mortais de dom Pedro 1º e das imperatrizes dona Leopoldina e dona Amélia de Beauharnais, em breve será reaberta à visitação. O espaço, localizado no parque da Independência (zona sul de São Paulo), está fechado há cerca de um ano para a realização de obras de conservação. O exterior do monumento também passou por uma revitalização nesse período.
Projetado por Ettore Ximenez para os festejos do centenário da Independência do Brasil (1922), o monumento possui um conjunto de 131 peças de bronze que reproduz o quadro "A Independência do Brasil", de Pedro Américo. Sob o monumento, foi construída, em 1952, a Capela Imperial.
Após uma parceria entre a Secretaria da Cultura e o Museu a Céu Aberto, foram captados cerca de R$ 700 mil para as obras de conservação, que ficaram a cargo da Companhia de Restauro. O patrocinador foi o Banco Real.
De acordo com o presidente do museu, Paulo Solano, foi feita a limpeza do granito e do bronze que compõem o monumento, colocou-se um novo rejunte para acabar com a infiltração -que pode danificar a parte interna- e foi realizada também a revisão elétrica, hidráulica e do ar-condicionado.
A revitalização contou ainda com a instalação de um sistema de monitoramento, com oito câmeras, para evitar o vandalismo.
Francisco Zorzete, proprietário da Companhia de Restauro, diz que concluirá a obra na próxima semana.
Segundo Walter Pires, diretor do DPH (Departamento do Patrimônio Histórico), o trabalho será vistoriado e, se estiver satisfatório, o interior do monumento poderá ser reaberto à visitação dentro de um mês. Além de guardar os restos mortais de dom Pedro 1º, o salão poderá ser usado para a realização de exposições.

Pichações e skate
Antes de ser revitalizado, o monumento estava pichado e sujo. Sua escadaria também é usada indevidamente para a prática de skate, o que causa degradação.
A conservação do monumento é mais um passo de uma ampla revitalização do parque, que ficou mais popular após a restauração dos chafarizes da fonte, em 2004. Agora, eles estão em pleno funcionamento.
Segundo o administrador do parque, Daniel Rodrigues Silva Varela, em 1997 o parque da Independência recebia, em média, mil visitas por dia aos finais de semana. Agora, são mil visitas por dia de segunda a sexta-feira e 5.000 pessoas por dia durante os finais de semana.
"O parque foi redescoberto pela população e também pela mídia. Todos os dias recebo solicitações para a realização de filmagens, fotos e até desfiles", afirma o administrador.
Em janeiro, a marca Cavalera realizou o seu desfile da 20ª São Paulo Fashion Week no jardim francês do parque. Em troca, doou azaléias para repor plantas mortas do local.
A professora Érica Lazzarin Inácio, do Centro Educacional Catherine de Médicis (zona leste), levou seus alunos ao parque ontem. "Na minha opinião, um monumento importante como esse deveria ter monitores para informar os visitantes. Não há ninguém no local para explicar a sua importância", afirma.


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