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Prefeitura nega nova licença e pode multar shopping Pompéia
Subprefeitura da Lapa rejeitou pela segunda vez o Habite-se; abertura do local sem documento pode render multa de R$ 23 mi
Técnicos verificaram que
área construída estaria
superior à declarada em
plantas; empresa afirma
desconhecer decisão
MARIO CESAR CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL
CINTHIA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A subprefeitura da Lapa negou pela segunda vez o Habite-se ao Bourbon Shopping Pompéia. Desta vez, o motivo foi a
diferença entre a área efetivamente construída e os dados
declarados nas plantas. Sem a
autorização para funcionar, o
centro de compras que foi inaugurado na sexta-feira deve ser
multado em R$ 23 milhões.
O indeferimento ao pedido
para reconsiderar a concessão
do Habite-se foi publicada anteontem no Diário Oficial. O
centro de compras, que tem 185
mil metros quadrados e 210 lojas, teve investimento aproximado de R$ 180 milhões feito
pelo grupo gaúcho Zaffari.
Na quarta-feira passada, véspera da data anunciada para a
inauguração, a subprefeitura
informou que, para emitir o
Habite-se, faltavam: declaração
de instalação do sistema de
ventilação, licença dos elevadores, alvará do sistema de segurança e certidão da CET.
Caso o empreendimento fosse inaugurado daquela forma, a
subprefeitura ameaçava aplicar
a multa de R$ 23 milhões -o
valor é calculado por metro
quadrado construído.
O grupo do Rio Grande do Sul
adiou a abertura no último momento. Na quinta, os funcionários chegaram a entrar, mas os
clientes foram barrados enquanto os documentos que faltavam eram entregues.
No mesmo dia à tarde um
grupo de técnicos foi ao local
iniciar uma inspeção. À noite, a
subprefeita Luiza Nagib Eluf
comentou sobre a discrepância
constatada entre as plantas e as
construções, não emitiu o Habite-se, mas disse que o shopping atendeu à sua "preocupação principal", com itens de segurança. A inauguração ocorreu no dia seguinte.
A construção além das plantas interfere no acordo feito entre o grupo e a Emurb (Empresa Municipal de Urbanismo).
Em 1995, a empresa montou
a Operação Água Branca, pela
qual os novos investidores do
bairro teriam de pagar um valor
por metro quadrado construído e o dinheiro seria revertido
em melhorias para a vizinhança. O Grupo Zaffari pagou cerca
de R$ 8 milhões para construir
185 mil m2. Se construiu mais,
teria de refazer o acordo.
Além disso, o pagamento de
futuros impostos incide sobre a
planta aprovada.
A assessoria do Grupo Zaffari
disse ontem que não estava
ciente da publicação no Diário
Oficial. Segundo um dos assessores, a diretoria do grupo não
foi localizada e a previsão era de
funcionamento normal hoje.
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