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ADMINISTRAÇÃO
Servidores, que trabalhavam em administrações regionais, são acusados de cobrar propina
Hélio Bicudo afasta 87 funcionários
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito em exercício, Hélio
Bicudo, afastou preventivamente
87 funcionários acusados de cobrança de propina. A medida foi
adotada segunda-feira à tarde
através de um ofício dirigido à Secretaria de Implementação das
Subprefeituras (SIS).
Os funcionários removidos de
suas funções trabalhavam em
"nove ou dez" administrações regionais, de acordo com o ouvidor
Benedito Mariano, que propôs o
afastamento.
Um relatório de prestação de
contas da Ouvidoria da Prefeitura
de São Paulo, que será entregue à
prefeita Marta Suplicy (PT), informa que cerca de 500 servidores
estão sendo investigados por atos
irregulares, 250 dos quais trabalham nas regionais.
O secretário Arlindo Chinaglia,
da SIS, no entanto, demonstrou
surpresa com a informação. "Ele
[Bicudo" afastou? Saiu publicado
onde?", questionou Chinaglia. O
ouvidor da prefeitura disse à noite
à Folha que a determinação de Bicudo não foi publicada no "Diário
Oficial" do município para "não
atrapalhar as investigações".
"É impossível ele [Chinaglia"
não estar sabendo do afastamento
dos fiscais", disse Mariano. "O vice-prefeito [prefeito em exercício" ligou para ele na minha frente, na segunda-feira à tarde."
Mariano também disse que Bicudo encaminhou um "ofício formal" (sic.) ao secretário, em caráter confidencial, com o nome dos
funcionários que deveriam ser
afastados preventivamente.
Esquisito
"Estou achando esquisitíssimo
porque não saiu do "Diário Oficial" nem teve comunicado", afirmou o secretário. "Ele determinou [o afastamento] de que maneira?" De acordo com Chinaglia,
"não chegou nenhum comunicado" em sua secretaria determinando o afastamento dos 87 servidores suspeitos.
O secretário disse que para afastar um servidor é necessário adotar alguns "procedimentos administrativos". Ele lembrou que na
semana passada fez um flagrante
e surpreendeu um funcionário da
Administração Regional de Pinheiros cobrando propina. O servidor foi demitido.
Mariano afirmou que entregou
documentos ao prefeito em exercício nos quais explicava quais
eram as denúncias contra cada
um dos funcionários suspeitos.
"Muitos já eram investigados pela
polícia, pelo Ministério Público
ou pela Procuradoria Geral do
Município", disse.
De acordo com o ouvidor, ele
solicitou a instauração de sindicância administrativa contra todos os citados.
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