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São Paulo, sábado, 31 de maio de 2003

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Assassinatos de policiais dobram no Rio

MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

O número de policiais militares e civis assassinados no Rio desde 1º de janeiro deste ano dobrou em relação ao mesmo período do ano passado. Até anteontem, 80 policiais (65 militares e 15 civis) foram mortos no Estado, contra 40 em 2002. Isso significa que um policial é morto a cada dois dias.
A estatística revela que 57 policiais foram mortos quando estavam de folga -11 morreram em tiroteios com criminosos.
Também cresceu o número de civis mortos em confrontos com policiais. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, foram 439 de janeiro a abril deste ano, contra 276 no mesmo período de 2002 (aumento de 59%).
Segundo a socióloga Julita Lengruber, o policial que trabalha na folga normalmente atua sozinho e fica mais vulnerável. Para ela, as mortes diminuiriam se os policiais, nas folgas, se comportassem como cidadãos comuns. "É comum ver o policial em folga reagir a uma situação de risco, como um assalto a ônibus, por exemplo."
O presidente da Associação dos Cabos e Soldados da PM, Vanderlei Ribeiro, culpa os baixos salários. "O salário médio na PM é de R$ 750. Para não passar fome, o policial tem que fazer bico e acaba mais exposto. Se tivesse um salário digno, ele estaria em casa com a família ou fazendo cursos."
Ribeiro disse que os criminosos estão "mais encorajados" para atacar a polícia . "Antigamente, o policial fazia blitz para prender o traficante. Agora, é o contrário. O criminoso organiza blitz para pegar o policial." Outro fator apontado por Ribeiro é o grande número de policiais que moram em favelas. "Eles acabam sendo reconhecidos pelos criminosos."


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