|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Assassinatos de policiais dobram no Rio
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
O número de policiais militares
e civis assassinados no Rio desde
1º de janeiro deste ano dobrou em
relação ao mesmo período do ano
passado. Até anteontem, 80 policiais (65 militares e 15 civis) foram
mortos no Estado, contra 40 em
2002. Isso significa que um policial é morto a cada dois dias.
A estatística revela que 57 policiais foram mortos quando estavam de folga -11 morreram em
tiroteios com criminosos.
Também cresceu o número de
civis mortos em confrontos com
policiais. Segundo a Secretaria de
Segurança Pública, foram 439 de
janeiro a abril deste ano, contra
276 no mesmo período de 2002
(aumento de 59%).
Segundo a socióloga Julita Lengruber, o policial que trabalha na
folga normalmente atua sozinho e
fica mais vulnerável. Para ela, as
mortes diminuiriam se os policiais, nas folgas, se comportassem
como cidadãos comuns. "É comum ver o policial em folga reagir
a uma situação de risco, como um
assalto a ônibus, por exemplo."
O presidente da Associação dos
Cabos e Soldados da PM, Vanderlei Ribeiro, culpa os baixos salários. "O salário médio na PM é de
R$ 750. Para não passar fome, o
policial tem que fazer bico e acaba
mais exposto. Se tivesse um salário digno, ele estaria em casa com
a família ou fazendo cursos."
Ribeiro disse que os criminosos
estão "mais encorajados" para
atacar a polícia . "Antigamente, o
policial fazia blitz para prender o
traficante. Agora, é o contrário. O
criminoso organiza blitz para pegar o policial." Outro fator apontado por Ribeiro é o grande número de policiais que moram em
favelas. "Eles acabam sendo reconhecidos pelos criminosos."
Texto Anterior: PM mantém acusação contra secretário Próximo Texto: Segurança: Alckmin assina adesão de SP a plano federal Índice
|