São Paulo, domingo, 31 de maio de 2009

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FAB apura que tipo de falha fez avião bater em árvore e cair na BA

COTIDIANO Aeronáutica investiga se houve erro humano ou mecânico no acidente que deixou 14 pessoas mortas no dia 22

Resposta só será conhecida após análise dos motores; na BA, equipe faz varredura em busca de destroços e da árvore que foi atingida

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Aeronáutica investiga se foi falha humana ou falha mecânica que levou o bimotor King Air B-350 a se chocar com uma árvore antes de cair, em 22 de maio, em Trancoso, distrito de Porto Seguro (BA), matando as 14 pessoas a bordo.
O resultado da investigação do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) só deve ser conhecido após o término da análise dos motores do avião, realizada no CTA (Centro Técnico Aeroespacial) da Aeronáutica, em São José dos Campos.
O trabalho é acompanhado por representantes do fabricante do avião e do motor.
Paralelamente, uma equipe do Cenipa faz uma varredura na região do acidente, próxima ao complexo hoteleiro Terravista, buscando pedaços da fuselagem e a própria árvore, para comprovar o choque.
O King Air B-350 decolou na tarde do dia 22 do aeroporto de Congonhas (SP) em direção a Trancoso (743 km de Salvador). Caiu a 200 metros da cabeceira da pista, pertencente ao hotel. Antes do acidente, o piloto não fez contato com a torre.
Na aeronave, estavam o empresário Roger Wright, da Arsenal Investimentos, seus familiares e funcionários.
Reportagem publicada ontem pelo jornal "O Estado de S. Paulo" afirma que a degravação da caixa-preta do bimotor indica que ele se chocou com a árvore a cerca de um quilômetro da pista. A Folha apurou que depoimentos de testemunhas do acidente confirmam a colisão anterior à queda.
Não há previsão para a divulgação do relatório final. A FAB já tomou depoimentos, reconstituiu parte do trecho final do voo, degravou a caixa-preta e está analisando os motores.
Resta esclarecer por que o avião bateu na árvore. Se for descartada falha mecânica, uma das hipóteses é a chamada CFIT (sigla em inglês de Colisão com Solo em Voo Controlado), na qual a aeronave, em perfeitas condições, colide contra o terreno ou obstáculo.
As CFITs são uma das principais causas de acidente na aviação civil brasileira, responsáveis por grande parte dos 108 casos em 2008. São provocadas por desatenção e excesso de confiança, entre outros fatores, e acontecem, em muitos casos, com pilotos experientes.
Nas próximas semanas, com base nas investigações da queda do King Air, a Aeronáutica deverá emitir recomendações para prevenir futuros acidentes -principal objetivo das investigações de acidentes. (ALAN GRIPP)


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