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VIOLÊNCIA
Após denúncias, polícia prende dois irmãos acusados de ameaçar famílias para ocupar imóveis em conjunto da zona sul
Famílias são expulsas do Cingapura
DO "AGORA"
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo menos quatro famílias foram expulsas de seus apartamentos do conjunto habitacional Cingapura, no Parque Bristol (zona
sul de São Paulo). Os dois irmãos
acusados de terem expulsado os
moradores foram presos ontem
pela polícia.
As investigações contra Daniel
Pereira Lima, 29, e Luiz Carlos de
Lima, 20, começaram após denúncia anônima. Na ligação ao
Disque-Denúncia, uma pessoa
disse que os irmãos expulsavam
os moradores para transformar
os locais em pontos-de-venda de
drogas. A polícia ainda não confirmou a informação.
A doméstica Izaura de Lima,
mãe dos dois rapazes, nega que
eles tenham invadido o imóvel
onde ela morava com os filhos.
Ela disse ter pago R$ 5.000 pelo
apartamento a um homem que se
mudou para a Bahia.
"Queremos confirmar isso, pois
não sabemos se essa pessoa também foi expulsa do seu apartamento", disse o delegado do 83º
DP, Gilmar Pasquini Contreras,
responsável pelo caso. O delegado
disse que pedirá à prefeitura a relação dos donos dos imóveis.
No sábado passado, um morador procurou o 83º DP para informar que estava sendo ameaçado
de morte para que deixasse seu
apartamento. Ele, porém, não
quis registrar boletim de ocorrência, alegando temer represálias
por parte dos irmãos.
Mas, anteontem, o subgerente
de padaria José Nilton de Barros,
que também morava no conjunto
habitacional da zona sul, denunciou à polícia que os irmãos Lima
também estavam fazendo ameaças à sua família.
A polícia foi até o conjunto habitacional e acabou prendendo os
dois irmãos em flagrante por roubo, já que vários objetos -supostamente das famílias expulsas-
foram encontrados no apartamento deles.
A polícia constatou ainda que
existem pelo menos sete apartamentos vazios no local. Em quatro deles, os donos, que pagavam
em média R$ 55 por mês de prestação, teriam sido expulsos.
O subgerente José Nilton de
Barros afirmou que os irmãos Lima utilizavam o nome da facção
criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) para intimidar
as famílias que pretendiam expulsar. À polícia, os irmãos negaram
ser integrantes do PCC e terem
usado a sigla como ameaça.
Mesmo com a prisão dos acusados, Barros resolveu deixar seu
apartamento. Ontem, da porta do
83º DP, ele já carregava seus móveis em um caminhão para um
outro endereço. "Não posso ser
achado nunca mais, senão morro", disse.
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