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Rio recusa transferência de 300 integrantes da facção
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA NO RIO
DA SUCURSAL DO RIO
O subsecretário de Administração Penitenciária do Estado
do Rio de Janeiro, Aldney Peixoto, disse ontem à Folha que o
governo ainda examina pedido
do governo federal para receber 300 presos da facção criminosa PCC em presídios fluminenses e mantê-los durante
120 dias. Salientou, no entanto,
que a possibilidade de aceitar a
medida é remota.
A solicitação foi feita pelo
Ministério da Justiça, por meio
do ofício assinado pelo diretor
do Departamento Penitenciário Nacional, Maurício Kuehne, e datado de 19 de julho.
O objetivo é, por um convênio de cooperação mútua já firmado entre os governos federal
e estadual, transferir presos
para tentar desarticular a onda
de mortes e rebeliões atribuída
ao PCC em São Paulo.
Peixoto afirmou ser difícil
para o Estado abrigar integrantes da facção porque a capacidade do sistema penitenciário
do Rio esta "no limite", com
mais de 22 mil presos. Declarou, porém, que somente hoje a
pasta chegaria a um parecer final sobre a proposta e se pronunciaria oficialmente.
Segundo o subsecretário, a
possibilidade de o PCC estabelecer ou reforçar alianças com
as principais facções criminosas do Rio é outro fator que dificultaria a guarda dos presos
vindos de São Paulo. No Rio,
atuam três organizações criminosas- o CV (Comando Vermelho), o TC (Terceiro Comando) e a ADA (Amigos dos
Amigos)- que são rivais.
Aliança interestadual
Este contato já aconteceu,
justamente quando presos ligados ao PCC foram transferidos
de São Paulo para o Rio em
2001. Vieram José Márcio Felício, o Geleião, e César Roriz da
Silva, o Cesinha.
Naquele ano, a polícia carioca ainda prendeu no morro da
Mangueira (zona norte) -onde
a venta de droga é dominada
pelo CV- Alejandro Juvenal
Herbas Camacho Junior, 34, irmão de Marcos Herbas Camacho, o Marcola, chefe do PCC
e acusado de ser o mandante
das mortes de policiais e
agentes penitenciários deste
ano em São Paulo.
De acordo com a polícia, no
período em que estiveram no
Rio, Cesinha firmou alianças
com o CV e Geleião, com o TC
e a ADA.
Para o Sindicato dos Agentes
Penitenciários, as transferências de presos com objetivo de
evitar motins devem ser como a
do traficante Luiz Fernando da
Costa, o Beira-Mar, que passa
períodos isolados em penitenciárias federais desde que foi
retirado de Bangu 1, após chefiar uma rebelião em 2002.
Atualmente, ele se encontra na
penitenciária federal de Catanduvas, no Paraná.
(JOÃO PEQUENO E MARIO HUGO MONKEN)
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