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KENTARO TAKAOKA (1919-2010)
Médico anestesista e inventor
FELIPE CARUSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Kentaro Takaoka queria ser engenheiro. A tradição familiar japonesa, no entanto, dizia que o filho mais velho devia herdar a profissão do pai, que era médico.
Diante do impasse, Takaoka conseguiu juntar as duas carreiras ao inventar equipamentos para anestesia.
O sucesso dessa união está representado no produto que inventou e que recebeu o seu nome: o respirador Takaoka.
Os respiradores artificiais auxiliam pacientes que por algum motivo pararam ou precisam parar de respirar.
Antes de 1955, esse equipamento era enorme e de difícil uso. O autodidata Takaoka entendeu o sistema e o diminuiu, tornando-o simples, portátil, seguro e barato.
Em seguida, fundou uma empresa de fabricação de equipamentos anestésicos.
Em 2005, o presidente Lula entregou a ele o troféu Finep -Inventor Inovador. Na ocasião, disse a Lula que ambos eram torneiros mecânicos. As primeiras peças que fez foram na garagem de casa usando um torno mecânico.
Era o primeiro dos quatro filhos de Sentaro e Sei, que vieram para São Paulo cuidar dos imigrantes japoneses.
Nasceu em São Paulo e formou-se em medicina na USP em 1944. Três anos depois, casou-se com Ruth Takaoka, com quem teve seis filhos, dos quais dois são médicos.
Era rádio amador e gostava de sair para pescar. Ultimamente, dedicava-se a aprender espanhol e a resgatar a cultura do Japão, principalmente assistindo às novelas japonesas que comprava na Liberdade.
Morreu ontem, em SP, de causas naturais, deixando seis filhos e 12 netos.
coluna.obituario@uol.com.br
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