São Paulo, sexta, 31 de julho de 1998

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CHUVAS
Prefeitura decreta calamidade pública
Enchentes em Natal deixam seis mortos

ANDRÉA DE LIMA
da Agência Folha, em Natal

Seis pessoas morreram e pelo menos 3.000 estão desabrigadas em decorrência das enchentes que atingiram a Grande Natal (RN). Depois de quase 40 horas ininterruptas, a chuva deu uma trégua no final da manhã de ontem.
Desde a noite da última terça-feira, o índice pluviométrico contabilizou cerca de 380 mm. O normal, para todo o mês de julho, de acordo com o Instituto Meteorológico de Recife (PE), são 218 mm. Índices semelhantes só ocorreram há 30 anos.
A Prefeitura de Natal (RN) decretou anteontem à tarde estado de calamidade pública na cidade. As cerca de 500 famílias desabrigadas foram removidas pelo Exército para escolas e creches públicas, ginásios de esportes e casas alugadas pela prefeitura, nas zonas norte, leste e oeste de Natal.
Parte das famílias se mudou para casas de parentes.
Os desabrigados são moradores de morros e favelas, em encostas, áreas consideradas de risco. A prefeitura forneceu colchonetes, alimentos, remédios e agasalhos.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, dois trechos da BR-101 - km 96 e km 74- foram interditados, por causa do rompimento do asfalto. Na entrada da capital, o tráfego ficou interrompido por quase 48 horas.
A polícia rodoviária informou que dois trechos da BR-406, nos quilômetros 156 e 161, permanecem interditados. Foi registrado congestionamento no local. O desvio do tráfego está sendo feito pela BR-304. Uma queda de barreira anteontem à tarde na BR-226, que liga a capital ao interior, causou a interdição de uma das pistas por oito horas.

Mortes

Um deslizamento de terra no vilarejo Rio dos Índios, em Ceará Mirim (30 km a oeste de Natal), provocou o soterramento de várias casas e a morte de seis pessoas. Segundo os moradores, o número de casas soterradas pela lama chega a 70.



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