São Paulo, terça-feira, 31 de agosto de 2004

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ANIVERSÁRIO DE 120 ANOS

Hospital de São Paulo deve R$ 18 milhões e discute corte no atendimento

Santa Casa pede dinheiro em festa

DA REPORTAGEM LOCAL

Há 120 anos, não houve festa. A Santa Casa da capital paulista abriu em 1884 as portas do prédio que ocupa até hoje, no centro da cidade, mas, à época, não veio ninguém. Nem d. Pedro 2º apareceu -teria ficado chateado por ter lançado a pedra fundamental do edifício em um local em que este não foi construído. A pedra, por sinal, está até hoje desaparecida.
A instituição filantrópica faz uma sessão solene hoje pelo aniversário do seu hospital central, mas para "passar o chapéu". A Santa Casa acumula uma dívida de R$ 18 milhões e discute cortes no atendimento por causa do déficit R$ 2,6 milhões/mês.
Precisa também, urgente, de intervenções no setores de oncologia e de exames de imagem.
Com os problemas financeiros, questões como o "sumiço" da pedra ficam de lado, por enquanto. Só uma arqueólogo poderia resolver o mistério, afirma o mordomo do hospital central -médico responsável zelar pela ala -, Quirino Ferreira Neto. "Ninguém sabe onde está."
A pedra foi enterrada pela primeira vez em outubro de 1878, em um terreno doado no Bexiga (região central de São Paulo), com a presença do imperador.
Logo verificou-se que o local era inadequado, por ser muito íngreme e em razão do mau cheiro de um matadouro.
Outra área foi doada, a atual, a pedra foi desenterrada e seguiu de padiola para o local. Nunca mais foi vista. Foi erguido então o edifício em estilo gótico, projetado pelo arquiteto italiano Luiz Pucci, o do museu do Ipiranga, na zona sul. Após dois anos de obras, hoje também será reaberta ao público a capela do hospital. (FABIANE LEITE)


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