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2 acusados de seqüestro são identificados
Um dos suspeitos de seqüestrar jornalista da Globo foi detido por acaso pela PM dois dias após o crime; o outro está foragido
Informações foram dadas pelo manobrista Luciano José da Silva, que, a mando do crime organizado, furtou o carro usado no crime
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Civil de São Paulo
identificou anteontem mais
dois homens acusados de participação no seqüestro do técnico Alexandre Coelho Calado,
27, e do repórter Guilherme de
Azevedo Portanova, 30, ambos
da Rede Globo.
Um dos suspeitos, Douglas
de Moraes, dois dias após o seqüestro, foi detido por acaso
pela PM. Ele era foragido da
Justiça, pois havia fugido de
uma prisão onde cumpria pena
em regime semi-aberto, por
roubo, e foi pego na porta de
sua casa. Desde o dia 14, Moraes estava no CDP (Centro de
Detenção Provisória) de São
Bernardo do Campo (ABC).
O segundo acusado é Sérgio
Moura da Silva, o Mufamba.
Ambos moram na favela do Kanão, no Brooklin (zona sul), que
fica a poucos metros da sede da
Rede Globo e da padaria de onde as duas vítimas foram levadas, na manhã de 12 de agosto.
Para identificar os acusados,
policiais da DAS (Divisão Anti-Seqüestro) receberam informações do manobrista Luciano
José da Silva que, a mando da
facção criminosa PCC, furtou o
Vectra usado no seqüestro.
Ao interrogar Silva, a polícia
descobriu que ele recebeu R$
600 para roubar um carro, conforme as ordens dos criminosos responsáveis pela preparação da logística do seqüestro,
mas o manobrista descumpriu
o acordo e acabou furtando o
Vectra do estacionamento onde trabalhava. Num primeiro
momento, Silva disse à polícia
ter recebido R$ 400 pelo carro.
Ainda segundo o manobrista,
Moraes e Mufamba, que também é procurado por furto e receptação, foram os responsáveis por passar informações sobre a rotina de alguns funcionários da Globo que costumavam
ir à padaria onde o crime ocorreu, a pouco mais de 500 metros da 2ª Delegacia Seccional
Sul. Os dois disseram, inclusive,
o melhor horário para o crime.
Após obter fotos de Mufamba, os policiais da DAS, com a
ajuda de profissionais da Globo, fizeram buscas na favela do
Kanão, mas não o acharam. Há
alguns dias, fizeram incursões
em favelas. Sempre à noite, em
carros descaracterizados, circularam na companhia do manobrista por bairros freqüentados por familiares do acusados.
Segundo os retratos falados
dos criminosos que pegaram
Calado e Portanova, os três envolvidos diretamente no arrebatamento dos funcionários da
Rede Globo são Carlos Antônio
da Silva, 27, o Balengo, Alexandre Campos dos Santos, o Jiló,
27, e Sherley Nogueira Santos,
o Fininho, 34, todos do PCC.
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