São Paulo, quinta-feira, 31 de agosto de 2006

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2 acusados de seqüestro são identificados

Um dos suspeitos de seqüestrar jornalista da Globo foi detido por acaso pela PM dois dias após o crime; o outro está foragido

Informações foram dadas pelo manobrista Luciano José da Silva, que, a mando do crime organizado, furtou o carro usado no crime

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Civil de São Paulo identificou anteontem mais dois homens acusados de participação no seqüestro do técnico Alexandre Coelho Calado, 27, e do repórter Guilherme de Azevedo Portanova, 30, ambos da Rede Globo.
Um dos suspeitos, Douglas de Moraes, dois dias após o seqüestro, foi detido por acaso pela PM. Ele era foragido da Justiça, pois havia fugido de uma prisão onde cumpria pena em regime semi-aberto, por roubo, e foi pego na porta de sua casa. Desde o dia 14, Moraes estava no CDP (Centro de Detenção Provisória) de São Bernardo do Campo (ABC).
O segundo acusado é Sérgio Moura da Silva, o Mufamba. Ambos moram na favela do Kanão, no Brooklin (zona sul), que fica a poucos metros da sede da Rede Globo e da padaria de onde as duas vítimas foram levadas, na manhã de 12 de agosto.
Para identificar os acusados, policiais da DAS (Divisão Anti-Seqüestro) receberam informações do manobrista Luciano José da Silva que, a mando da facção criminosa PCC, furtou o Vectra usado no seqüestro.
Ao interrogar Silva, a polícia descobriu que ele recebeu R$ 600 para roubar um carro, conforme as ordens dos criminosos responsáveis pela preparação da logística do seqüestro, mas o manobrista descumpriu o acordo e acabou furtando o Vectra do estacionamento onde trabalhava. Num primeiro momento, Silva disse à polícia ter recebido R$ 400 pelo carro.
Ainda segundo o manobrista, Moraes e Mufamba, que também é procurado por furto e receptação, foram os responsáveis por passar informações sobre a rotina de alguns funcionários da Globo que costumavam ir à padaria onde o crime ocorreu, a pouco mais de 500 metros da 2ª Delegacia Seccional Sul. Os dois disseram, inclusive, o melhor horário para o crime.
Após obter fotos de Mufamba, os policiais da DAS, com a ajuda de profissionais da Globo, fizeram buscas na favela do Kanão, mas não o acharam. Há alguns dias, fizeram incursões em favelas. Sempre à noite, em carros descaracterizados, circularam na companhia do manobrista por bairros freqüentados por familiares do acusados.
Segundo os retratos falados dos criminosos que pegaram Calado e Portanova, os três envolvidos diretamente no arrebatamento dos funcionários da Rede Globo são Carlos Antônio da Silva, 27, o Balengo, Alexandre Campos dos Santos, o Jiló, 27, e Sherley Nogueira Santos, o Fininho, 34, todos do PCC.


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