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Preso morre em rebelião de 12 h no Rio
FERNANDA DA ESCÓSSIA
da Sucursal do Rio
Um preso morreu e sete ficaram
feridos depois de 12 horas de rebelião na 14ª DP (Delegacia Policial), no Leblon (zona sul do Rio).
A rebelião começou na noite de
domingo e só terminou ontem de
manhã, depois de um acordo que
permitiu a transferência de 52
presos para uma penitenciária.
Não houve fuga nem invasão da
delegacia. Às 8h30, os presos concordaram em soltar o chefe da
carceragem, José Wellington Menezes Paes, mantido como refém.
Logo depois começou a transferência dos condenados para o
presídio Ary Franco, em Água
Santa (zona norte).
A 14ª DP estava superlotada,
com 393 presos nas celas. Só tem
capacidade, de acordo com o delegado Rogério Marchesini, para
160 pessoas, "com boa vontade".
"Temos o equivalente a oito presídios de Bangu 1", afirmou, referindo-se a uma das penitenciárias
de segurança máxima do Rio, que
tem 48 detentos.
Localizada num bairro nobre da
zona sul do Rio, a 14ª DP concentra desde presos por porte de arma que aguardam julgamento,
passando por acusados de sequestro e homicídio.
A rebelião começou às 20h30 de
domingo, quando os presos pediram socorro alegando que um
dos detentos passava mal. O carcereiro Adilson Rodrigues entrou
na cela 8 e foi cercado. Sua conduta foi criticada pelo secretário da
Segurança do Estado, Josias
Quintal (veja texto nesta página).
O alarme soou, e reforços foram
chamados. Cinquenta policiais civis e militares cercaram o prédio.
Sem condições de fuga, os presos
mantiveram Rodrigues como refém e reivindicaram a transferência dos condenados. À 0h, trocaram Rodrigues por Menezes, chefe da carceragem.
Enquanto a negociação se desenrolava, de madrugada, houve tumulto nas celas entre integrantes
de facções rivais do tráfico. Um
preso, Rogério Guimarães Nascimento, o Rogerinho, 18, foi morto. Outros sete ficaram feridos. As
celas tiveram as portas arrancadas e a fiação destruída.
O carcereiro Rodrigues disse
que agiu certo ao entrar na cela
para socorrer um preso que, supostamente, passava mal. "Eu
não poderia entrar armado, quem
faz isso morre. Se o carcereiro não
entra para ajudar um doente, aí
há rebelião", afirmou.
O delegado Marchesini informou que, quando a rebelião começou, seis policiais civis estavam
de plantão. "É o normal, embora
não seja suficiente. A tensão é permanente", afirmou.
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