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MEMÓRIA
Ela foi fundadora do Museu do Inconsciente
Morre a psiquiatra
Nise da Silveira, 94
da Sucursal do Rio
do Banco de Dados
Morreu ontem a psiquiatra Nise da Silveira, 94, vítima de insuficiência respiratória aguda, depois
de ter sido hospitalizada há cerca
de um mês com pneumonia.
Nise estava na CTI do Hospital
Miguel Couto, na Gávea. A morte
ocorreu às 14h55 e seu corpo será
velado hoje no cemitério São João
Batista, em Botafogo. O enterro
está marcado para as 15h.
Nise foi idealizadora, entre os
anos 40 e 50, de uma terapia alternativa para pacientes com distúrbios mentais. Ela propôs arte em
vez de choque elétrico, e o resultado da ousadia para a época teve
repercussão internacional.
Em 1946, criou a seção de terapêutica ocupacional do Centro
Psiquiátrico D. Pedro 2º, no Rio.
Passou a tratar os esquizofrênicos
com sessões de pintura. Ela dirigiu esse setor do Centro Psiquiátrico por quase 30 anos, até 1974.
Em 1952, fundou o Museu de
Imagens do Inconsciente, destinado a guardar e expor as obras
resultantes de sua experimentação médica -pinturas e esculturas criadas por esquizofrênicos.
Em 1956, fundou a Casa das
Palmeiras, clínica destinada ao
tratamento em regime aberto de
pacientes antes internados em
hospitais psiquiátricos.
Nise nasceu em Maceió (AL)
em 1905, filha de um professor e
de uma pianista. Formou-se em
medicina em 1926, na Bahia. Dizia que abominava o tratamento
tradicional aos pacientes psiquiátricos, como eletrochoques, aplicação de insulina e lobotomia.
"Eram práticas que associei à tortura policial", declarou.
Era seguidora do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961),
introdutor da noção de inconsciente coletivo. Nise conheceu
pessoalmente Jung em 1957.
Além da psiquiatria e da filosofia, outra paixão de Nise eram os
animais em geral e os gatos em
particular. Ela teve muitos e já dedicou até um livro a um deles.
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