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Risco de morrer em acidente à noite é quase 3 vezes maior
Entre as 20h e as 4h, houve uma morte a cada 25 acidentes em SP, diz estudo; pela manhã, ocorreu uma morte em 93 acidentes
Perigo sobe de madrugada porque motorista costuma correr mais na estrada vazia, tem sono e visibilidade é baixa, já que está escuro
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
Às vésperas de um feriado
prolongado que intensifica a
temporada de viagens ao litoral
de São Paulo, um levantamento
mostra que os melhores horários para escapar dos congestionamentos são, muitas vezes,
os piores em risco à segurança
viária -algo que deve ser levado em conta pelos motoristas
na hora de pegar a estrada.
O risco de morte é quase três
vezes maior nos acidentes noturnos. Os casos de maior gravidade estão concentrados
também nos períodos da madrugada, quando a fluidez costuma melhorar, mas, por outro
lado, os carros aumentam a velocidade, e os condutores ficam
mais sujeitos a sono/cansaço.
No intervalo das 20h às 4h,
houve uma morte a cada 25 acidentes registrados entre janeiro e agosto deste ano nas rodovias paulistas concedidas à iniciativa privada, segundo pesquisa da Artesp, a agência estadual que regula as concessões.
Enquanto isso, durante a manhã (das 8h às 12h), aconteceu
uma morte a cada 93 acidentes,
e, à tarde (das 12h às 16h), uma
a cada 85.
Outros indicadores apontaram para conclusão parecida. O
intervalo das 8h às 16h concentra quase metade do fluxo veicular e só 14% das mortes. Entre as 20h e as 4h, as vítimas são
44% do total -apesar de esse
horário receber só 15% de todos os veículos do dia na média
das principais estradas, como
Anhangüera, Bandeirantes,
Imigrantes, Anchieta, Raposo
Tavares e Castello Branco.
Segundo Sebastião Ricardo,
diretor da Artesp, a maior
quantidade de acidentes costuma ocorrer do final da tarde para a noite -das 16h às 20h- por
influência do aumento do fluxo
(geralmente, 25% do total do
dia), mas os riscos se agravam
perto da madrugada devido a
uma combinação de fatores.
Com a estrada vazia, os motoristas tendem a elevar a velocidade -e a gravidade das ocorrências. É à noite também que
há mais consumo de álcool.
Sem falar no fato de a visibilidade ser menor (está escuro) e no
sono, já apontado por estudos
como uma das principais causas de acidentes em rodovias.
"O cara não pode querer acordar cedo e sair do trabalho à
noite para pegar a estrada. Tem
que dormir, descansar antes."
O Instituto do Sono, ligado à
Unifesp (Universidade Federal
de São Paulo), lembra que, de
madrugada, a temperatura do
corpo cai, e os motoristas ficam
mais sujeitos à perda de reflexo
e da coordenação motora.
No feriado prolongado de Finados, 1,3 milhão de veículos
devem sair da capital paulista
em direção às estradas. Os períodos de pico estão previstos
para amanhã, das 17h às 20h, e
na quinta-feira, das 9h às 12h.
Na volta, a movimentação
deve ser intensa das 15h às 22h
de domingo, segundo as concessionárias. Para fugir dos
congestionamentos sem dirigir
sob os riscos da madrugada ou
do final da noite, Sebastião Ricardo, da Artesp, avalia valer a
pena muitas vezes atrasar ou
adiantar a viagem.
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