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Estado cria prova obrigatória para professor temporário
Avaliação valerá 80 pontos, 44,4% da nota final, mesmo peso do tempo de serviço do candidato
Sindicato afirma ser contrário ao exame, que foi um dos motivos de paralisação em junho; hoje, há 100 mil temporários na rede estadual
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo José Serra (PSDB-SP) divulga hoje, no "Diário
Oficial", a implantação de uma
prova obrigatória para os professores que desejam ser temporários na rede estadual
-atualmente, são 100 mil.
O exame, um dos motivos da
greve na rede em junho, valerá
44,4% da nota final do candidato para a escolha das vagas, isso
é, 80 pontos. O critério terá o
mesmo peso do tempo de serviço do docente. Até então, eram
considerados só esse último
quesito e os títulos, como mestrado (que agora representam
os demais 11,1%, ou 20 pontos).
O exame será obrigatório para os temporários que pretendem permanecer na rede em
2009 e para novos docentes.
A prova terá como base a proposta curricular do Estado, implantada neste ano. O governo
diz que a intenção é melhorar a
qualidade das aulas.
"Queremos escolher professores que conheçam a nossa
proposta", afirmou Fernando
Padula, chefe-de-gabinete da
secretária da Educação, Maria
Helena Guimarães de Castro.
Escolherão as aulas, primeiro, os docentes efetivos (cerca
de 130 mil). Depois, os temporários mais bem classificados
na avaliação -eles atuam onde
não há efetivos suficientes.
A criação do exame foi um
dos principais motivos da greve
de 20 dias dos professores.
A Apeoesp (sindicato dos docentes) dizia que o método poderia tirar da rede educadores
experientes, o que prejudicaria
os profissionais e a qualidade
de ensino. A greve terminou
após acordo, na Justiça, que
previa a manutenção da negociação. "Continuamos contrários ao exame. Um dos problemas é que terá como base a proposta curricular, que foi para as
escolas cheia de erros", diz a
presidente da Apeoesp, Maria
Izabel Noronha. Ela defende a
realização de concursos. "Mas
o fato de o exame ter o mesmo
peso do tempo de serviço diminui o perigo de um jovem tirar a
vaga de um experiente", afirma.
A secretaria diz que pretende
reduzir os postos temporários.
Para isso, mandará à Assembléia projeto que cria 75 mil
cargos de professores. A aprovação pelo Legislativo, porém,
não significa contratação imediata. Será apenas um aval para
a abertura de concursos.
A pasta diz que não acabará
com os temporários, pois eles
são importantes para substituir, por exemplo, quem tira licença ou engravida.
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