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ADMINISTRAÇÃO
Câmara aprova cobrança de taxa que será de R$ 3,50 para as residências; arrecadação atingirá R$ 167,5 milhões
Paulistano vai pagar por iluminação pública
Patrícia Santos/Folha Imagem
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Plenário da Câmara durante debate sobre a taxa de iluminação que deve atingir 3 milhões de imóveis |
JOÃO CARLOS SILVA
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os vereadores paulistanos aprovaram ontem, no último dia possível para poder vigorar no ano
que vem e com o quórum mínimo, a criação de uma contribuição para custear o serviço de iluminação pública da cidade. Residências terão de pagar R$ 3,50 por
mês. Para consumidores não-residenciais, a contribuição custará
R$ 11 mensalmente.
No total, quase 3 milhões de
imóveis terão de pagar a nova
contribuição, que será cobrada na
conta de luz. Serão isentos cerca
de 300 mil que têm consumo médio mensal de até 79 kWh, segundo o vereador Vicente Cândido
(PT), autor do projeto.
Esse perfil abrange consumidores que têm direito à "tarifa social
de baixa renda", segundo os critérios da Aneel (Agência Nacional
de Energia Elétrica).
Com a aprovação da contribuição, o governo Marta Suplicy (PT)
fechou ontem um pacote de mudanças que propôs e que refletirão no bolso do contribuinte paulistano em 2003.
Além do tributo aprovado ontem, já tinham sido votadas pelos
vereadores nos últimos dias a
criação da taxa de lixo, mudanças
que vão elevar em até 35% o IPTU
do ano que vem e alterações no
ISS e em taxas que atingem estabelecimentos não-residenciais e
anúncios.
No caso do lixo, a menor taxa
cobrada será de R$ 6,14 por mês,
para cobrir os serviços de coleta
de moradores que produzam até
10 litros de lixo/dia.
Juntas, as mudanças vão render
pelo menos R$ 600 milhões a mais
para a Prefeitura de São Paulo,
que, sem as alterações, já tinha garantido um Orçamento de mais
de R$ 10 bilhões para 2003.
Apesar do impacto para o bolso
do contribuinte, os vereadores
não ofereceram resistência para
aprovar as propostas até mesmo
em votações na madrugada e em
sessões extraordinárias convocadas de última hora.
Dos projetos que dão mais arrecadação ao município, apenas a
contribuição da iluminação foi
aprovada com quórum apertado.
Votaram pela proposta os exatos 28 vereadores que eram necessários para aprová-la -outros 12
votaram contra o projeto e 15 parlamentares não votaram ou não
estavam presentes em plenário
durante o processo decisório.
A nova taxa deverá render R$
167,5 milhões por ano à administração petista, que já poderá, em
tese, cobrá-la a partir do próximo
mês. Não há, no entanto, data certa para a contribuição nem as outras novas taxas serem cobradas.
No caso da iluminação, o recurso terá que ir para um fundo e ser
usado apenas para o custeio do
serviço de iluminação pública
-vias, logradouros e bens públicos, de acordo com o projeto.
A verba terá de bancar instalação, manutenção, melhoramento
e expansão da rede. Hoje, esses
gastos somam R$ 200 milhões/ano, segundo a administração.
Pelo projeto, a administração
conseguiu garantir que os recursos sejam corrigidos pelos mesmos índices de reajuste da conta
de luz. Ou seja: os aumentos da
conta de luz serão repassados
anualmente à contribuição. Este
ano, a tarifa da Eletropaulo foi
corrigida em 14,24%.
A proposta de cobrar uma contribuição para cobrir a despesa de
iluminação já tramitava há um
ano na Câmara Municipal, mas só
agora foi votada devido à aprovação pelos deputados federais, neste mês, de emenda constitucional
que permite a cobrança.
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