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Orçamento para 2003 será de R$ 10,6 bi
DA REPORTAGEM LOCAL
A Câmara Municipal aprovou
ontem o Orçamento para o próximo ano, com um aumento de R$
380 milhões na proposta original
enviada pela prefeita Marta Suplicy. No total, a dotação será de
R$ 10,593 bilhões, 10,5% superior
ao deste ano. Somente a bancada
do PSDB votou contra.
Esse acréscimo é decorrente da
cobrança da taxa do lixo, cuja receita deverá ser de R$ 217,5 milhões, e da luz, que deverá render
aos cofres públicos mais R$ 167,5
milhões. O texto aprovado ontem, porém, não inclui os R$ 220
milhões a mais que deverão ser
arrecadados por conta das mudanças no IPTU.
Mas, após a votação, nenhum
vereador soube explicar por que a
nova receita do IPTU não está
prevista no texto aprovado.
O dinheiro arrecadado com essas taxas, porém, não será destinado integralmente a obras ou
programas sociais, como argumentava Marta para convencer
vereadores a aprovarem as taxas.
Pelo orçamento aprovado, o gabinete da prefeita, por exemplo,
terá R$ 20,5 milhões a mais do
que a previsão inicial encaminhada pelo Executivo. A Secretaria da
Comunicação Social ganhou outros R$ 11 milhões. A Câmara Municipal, mais R$ 15 milhões.
Já a Secretaria do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade,
responsável pelos programas sociais como Renda Mínima, Bolsa
Trabalho e Começar de Novo, por
exemplo, não recebeu nenhum
centavo a mais do que a dotação
original: R$ 227,4 milhões.
As secretarias que terão mais recursos são Subprefeituras, que ganhou mais R$ 50 milhões, Habitação (R$ 70 milhões) e Infra-Estrutura Urbana (R$ 90 milhões).
O líder da prefeita, José Mentor
(PT), justificou o remanejamento
(transferência) do aumento da arrecadação afirmando que é fruto
de "uma avaliação política". Para
ele, "os recursos são distribuídos
para onde há necessidade".
A proposta aprovada acatou
426 emendas de vereadores, que
movimentaram R$ 400 milhões.
A maioria refere-se à Secretaria de
Infra-Estrutura, responsável por
obras como pavimentação e recapeamento de ruas, além de canalização de córregos em redutos
eleitorais dos parlamentares. Há
recursos para a troca de veículos
da Câmara e aumento de verba
para publicidade da prefeitura.
O projeto também autoriza a
prefeita a remanejar 10% do Orçamento. O PSDB criticou o fato de
o Orçamento destinar apenas R$ 1
mil para obras no Rodoanel e outros R$ 1 mil para obras no metrô.
Com a votação de ontem, a Câmara só deverá retomar suas atividades em fevereiro de 2003.
Mobiliário
A Câmara também aprovou ontem, em votação final, projeto que
autoriza o Executivo a conceder a
empresas a exploração da publicidade do mobiliário urbano, em
troca da manutenção e até da fabricação desses equipamentos. A
concessão será por até 20 anos.
A vereadora Myryam Athiê
(PMDB), que anteontem denunciara que havia um direcionamento para empresas estrangeiras vencerem a concorrência, acabou votando favoravelmente ao
projeto. Ontem, ela argumentou
que fez um acordo com o governo
para que a licitação possibilite
também a participação de empresas nacionais.
(CG e JCS)
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