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EDUCAÇÃO
Reitores dizem que instituições poderão ficar sem água e luz; ministério alega que corte foi minimizado
MEC deixa de repassar R$ 30 mi às federais
BETINA BERNARDES
da Sucursal de Brasília
As 52 instituições federais de ensino superior não receberão cerca
de R$ 30 milhões referentes à última parcela deste ano do orçamento para manutenção.
Com isso, segundo a Andifes
(Associação Nacional de Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior), há "risco efetivo"
de as instituições ficarem sem luz,
água e telefone agora em janeiro,
quando ainda há aulas.
O comunicado de que não haveria dinheiro para pagar a última
parcela foi feito oficialmente ontem pelo MEC à Andifes.
"A situação é gravíssima. As
universidades já tinham uma dívida de R$ 40 milhões com os fornecedores do ano passado. Agora, ficaremos ainda sem R$ 30 milhões,
o que afetará pagamento de serviços de limpeza, vigilância, água,
luz, telefone", disse José Ivonildo
do Rego, presidente da entidade.
De acordo com Rego, agrava a
situação o fato de as instituições
terem de funcionar normalmente
nos meses de janeiro e fevereiro,
por causa da greve de professores
no primeiro semestre deste ano.
"As universidades têm que ter
aulas e laboratórios funcionando
nos próximos dois meses. Várias
instituições não terão dinheiro para pagar vigilantes e faxineiros
nem terão como renegociar dívidas de luz e telefone, o que era
mais fácil fazer quando esses fornecedores eram estatais", afirmou Rego.
O orçamento total de custeio e
manutenção das instituições federais de ensino superior para este
ano era de R$ 363 milhões. Elas receberam cerca de R$ 333 milhões.
"Procuramos preservar ao máximo as universidades federais. O
corte delas foi menor do que o corte médio no MEC e menor do que
o corte médio nos outros ministérios", disse Luciano Oliva Patricio, secretário-executivo do MEC.
Segundo ele, o corte total no ministério foi de cerca de R$ 600 milhões.
"Em outubro, as universidades
dispunham apenas de 43% de seu
orçamento de custeio. Fizemos o
máximo nas negociações com a
área econômica para reduzir os
cortes. No final, as federais obtiveram quase 92% de seu orçamento,
o que é bastante para quem tinha
expectativa de só ter 43%", afirmou Patricio.
Ontem, o presidente da Andifes
tinha a expectativa de inverter o
corte hoje, mas o secretário-executivo do MEC descartou essa
possibilidade.
De acordo com Patricio, o orçamento de custeio previsto para as
universidades no ano que vem "é
muito mais preocupante do que
esse corte de R$ 30 milhões".
Para 99, as universidades têm
um orçamento previsto para manutenção de R$ 280 milhões. O
texto ainda precisa ser votado no
Congresso.
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