Análise

Resultado da pesquisa Datafolha é um roteiro político útil para o ano que vem

"De zero a dez, que nota você dá para o bairro onde você mora quanto à iluminação de ruas e avenidas? E quanto à coleta de lixo? Em relação à segurança? E quanto ao transporte público?"

Perguntas simples, com uma escala de fácil compreensão por todos os segmentos sociais, que tratam do cotidiano do paulistano no que lhe há de mais próximo -seu bairro- e que são aplicadas pelo Datafolha em uma amostra representativa da população adulta de São Paulo.

Esse é o roteiro para o diagnóstico de percepção das condições de vida na capital e para o monitoramento de sua evolução ao longo do tempo.

A pesquisa, com as técnicas estatísticas para representar todos os estratos da população, pode ser usada como ferramenta importante no planejamento de políticas públicas adequadas às necessidades dos paulistanos, além de configurar importante indicador no acompanhamento da eficácia de projetos implantados.

Em período pré-eleitoral, como o atual, é fonte valiosa para a composição de planos de governo, na elaboração de discursos e no marketing das candidaturas.

Comparando-se os resultados da pesquisa divulgada hoje com a realizada há quase quatro anos para o levantamento piloto do projeto DNA Paulistano, que na ocasião mapeou a opinião da população em cada um dos 96 distritos da cidade, fica fácil identificar os tópicos que devem rechear o debate político na eleição municipal do ano que vem.

A atual administração deve ser cobrada pela piora nos índices de satisfação de pontos sensíveis como ocorrência de enchentes, trânsito, transporte, habitação, poluição sonora, e pela estabilidade de notas ruins como as que se referem à acessibilidade para deficientes físicos, políticas para idosos, para jovens e atividades culturais.

Responder à cobrança com a desqualificação da opinião pública é ferir uma das mais básicas atribuições do gestor democrático -a de prestar contas a seus representados.