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Henri Robin (1926-2011)

Ajudou a fundar a Bic no Brasil

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Henri Robin um dia voltou do trabalho para casa todo azul. Pálpebras, mãos e camisa tinham sido manchadas com tinta durante os primeiros testes da fábrica que ajudou a fundar no Brasil: a Bic.

Francês, nasceu perto da fronteira com a Alemanha, numa região de mineração. Seu pai era engenheiro de minas. Com a guerra, a família foi obrigada a sair da região.

Aos 18 anos, mudou-se para Paris, onde estudou para entrar na escola da Marinha mercante. Depois de formado, navegou por dez anos.

Em 1953, conheceu num navio a brasileira Almerinda, que ganhara uma bolsa para estudar na Sorbonne (Paris).

Casaram-se um ano depois e tiveram a primeira filha na França. Em 1959, decidiu vir ao Brasil, onde começou numa fábrica de carrocerias. A mulher dava aulas de francês.

Mas a empresa onde trabalhava faliu. Henri reencontrou então Michel Pingeot, francês que também conhecera num navio. O amigo estava fundando a Bic e o convidou a ajudá-lo. A fabricante de canetas, isqueiros e barbeadores foi criada nos anos 40, na França, por Marcel Bich e um sócio. O Brasil foi o terceiro país a ter uma filial.

Trabalharam juntos por décadas. Nos anos 70, como as linhas telefônicas não chegavam até a fábrica, no Jaguaré, o telefone da Bic ficava em sua casa. Foi diretor administrativo, segundo a família.

Michel morreu do coração dentro da empresa. Henri afastou-se há cerca de 15 anos. Era bem-educado e cordial, diz a família. Gostava de ver o mar e teve um veleiro.

Morreu na sexta (9), aos 85, devido a um câncer. Teve quatro filhos e cinco netos.

coluna.obituario@uol.com.br

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