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Empreendimentos apostam em uso misto

Combinação de escritórios, lojas e áreas de entretenimento em um único local é a nova tendência em São Paulo

Modelo de construção pode reduzir número de viagens de carros e otimizar o serviço de transporte público

DE SÃO PAULO

Três dos futuros shoppings da região da Paulista seguem uma tendência que está se tornando mais comum na cidade: o uso misto. Ou seja, uma combinação de escritórios, lojas, e entretenimento.

"Se é que São Paulo precisa de mais shopping, teria que se investir mais nesse tipo de modelo, de uso misto", afirma o planejador urbano Thiago Guimarães.

Segundo Guimarães, com isso é possível distribuir melhor o fluxo de pessoas -e portanto das viagens de carro geradas e do uso do transporte público. Os funcionários dos escritórios chegam de manhã e saem no fim da tarde, enquanto o público das lojas circula mais no meio do dia e após o expediente.

Outra vantagem apontada é que quem está nos escritórios não precisa se deslocar para ir às compras ou ao cinema, por exemplo.

Álvaro Puntoni, urbanista da FAU-USP, acha os projetos de uso misto (e que "conversam" mais com a rua) melhores que o dos shoppings tradicionais, fechados.

"Mas não dá para dourar a pílula", faz questão de frisar. "Uma coisa é uma galeria comercial, calçadas mais largas e sombreadas, interligadas. Outras são os shoppings, que se isolam da cidade", afirma.

Os premiados arquitetos que projetaram a Torre Matarazzo e o Cidade Jardim Shops defendem seus projetos, mais abertos.

Roberto Aflalo, do escritório Aflalo e Gasperini, explica que, no empreendimento que desenhou na Paulista com Pamplona, existe "continuidade do térreo com a rua", por meio de uma praça de 2.400 m², criada com os remanescentes de árvores da mansão Matarazzo, demolida há mais de dez anos.

Márcio Kogan, que projetou o Cidade Jardim Shops, explica que o desenho "surgiu da ideia de manter vivo o espírito dos Jardins, a efervescência [...] a vida nas ruas".

No site do empreendimento, ele diz que, "ao invés de imaginar um bunker fechado que nega a cidade", fez "grandes aberturas nas fachadas", "terraços em todos os andares", que dissolvem "a fronteira entre interior e exterior". (VANESSA CORREA)

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folha.com/fg5819

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