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Delegado-geral minimiza atuação do grupo

Segundo Marcos Carneiro Lima, chefe da Polícia Civil paulista, domínio dos presídios por facção é 'lenda urbana'

Para especialista em segurança pública, apesar de forte, grupo é menos organizado do que se supõe

DE SÃO PAULO
DO ENVIADO ESPECIAL AO PARAGUAI

Delegados das polícias Civil e Federal de São Paulo ouvidos pela Folha minimizam o poder do PCC. Marcos Carneiro Lima, chefe da Polícia Civil paulista, diz ser "lenda urbana" a informação de que o PCC domina os presídios e o tráfico de drogas no Estado.

"Eles dominam? Não dominam. Se fosse assim o Marcola, [chefe da facção criminosa] estava desfilando na [rua] Oscar Freire." Há, diz, uma glamorização da facção por criminosos que, muitas vezes, nem são pertencentes a ela.

Segundo ele, a ação do grupo está controlada. "Se fosse algo tão poderoso assim, não teria essa atuação do Estado. Estão todos presos e de forma muito rigorosa."

Já o delegado federal Ivo Roberto Costa da Silva afirma que investigações apontam que, de fato, há traficantes brasileiros no controle da venda de drogas no Paraguai e na Bolívia.

Porém, ele diz que não há informações se pertencem ao PCC ou ao Comado Vermelho. O delegado afirma também não ter detectado essas facções controlando a entrada de droga nos Estados.

Ele explica que seja no Rio ou em São Paulo, nenhum traficante precisa pedir "autorização" para essas facções para, por exemplo, fazer o transporte e a venda de drogas.

Dos presos pela PF nos últimos três anos, afirma, parte se dizia ligada ao PCC, mas nenhum na chefia do tráfico.

Para o especialista em segurança pública Guaracy Mingardi, está errado quem classifica o PCC como uma organização extremamente poderosa, assim como quem também nega seu poder.

"Tem gente inflando ou dizendo ser tudo mentira."

Ele diz que a facção é menos organizada do que se supõe, mas tem muito poder. "Na cadeia, é evidente. Dominam 70%. São fortes nas ruas -menos, porém, que nos presídios. Assim como são menos fortes fora do Estado e do país."

"O delegado-geral está certo quando diz que se o poder deles fosse tão grande, estariam passeando pelas ruas."

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