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Barbara Gancia

Kassab, cadê o meu acarajé?

Depois do fiasco da implosão, o prefeito Kassab deveria vestir-se de baiana e servir acarajé à população

Prazer em conhecer, 2012, somos os tais frenéticos tapuias! Queria entrar o ano endereçando a questão de o Brasil ter ultrapassado a Grã-Bretanha enquanto potência sexual, digo, econômica.

Basta ter um mapa-múndi à mão para se dar conta de que finalmente justiça foi feita, uma vez que a Grã-Bretanha não passa de uma titica, uma ilhota tão expressiva quanto Abrolhos. Não admira que a tenhamos ultrapassado na somatória de riquezas. A mim sempre deu impressão de que alguém estaria comendo uma torrada debruçado sobre o atlas e derrubado ali na região do Mar do Norte umas migalhas, sem querer formando o que conhecemos por Reino Unido. Uma migalha é a Escócia, outra o país de Gales, a casca arredondada poderia ser um pedaço de East Anglia, ao leste da Inglaterra, e não muito mais do que isso.

Já o Brasil são outros 200, não é mesmo? Seria preciso de um filão inteiro de pão para representá-lo. Somos grandes, fortes, conosco ninguém podosco.

Tudo bem que continuamos sendo o país mais debochado de que se tem notícia, isso a gente não precisa sair alardeando. Somos tão, mas tão brincalhões, que se alguém se der ao trabalho de ir inspecionar o couro cabeludo do filho do Jader Barbalho, verá que sob seus lindos cachos morenos não está marcado o triplo seis da besta, mas uma senha de cartão de crédito.

Já nos ensinava Nelson Ned (ou terá sido Aracy de Almeida?) que tamanho não é documento. No dia em que pudermos contar entre nossos conterrâneos com gênios literários e descobridores que moldam civilizações, como James Bond, Harry Potter, o cachorro bulldog e mais 120 ganhadores do Nobel, daí quem sabe eu me animo a festejar a nossa conquista, pode ser?

Meu assunto é do jornal de ontem e você quer mais é saber quem vai desviar o dinheiro das doações aos desabrigados das chuvas do verão 2012. Calma que o Brasil é nosso, estou voltando hoje! Só não vá dispor desta página para o totó fazer suas necessidades de zanga com minha desatualização -olhe lá!

Ainda mais em ano de La Niña (também conhecida como La Hija de Una Madre Sarnienta), em que a gente acaba não aproveitando o verão de tanto mau tempo e desânimo. Neste ponto convém entrar com uma música de Mercedes Sosa para dar o tom: "Ai, la humidad, tenemos frio y dolor en las juntas militares..."

Ainda bem que São Paulo está divertidíssima para contrabalancear o baixo-astral. Obrigada, prefeito Kassab! Que outra cidade proporciona risos infindáveis por apenas R$ 3,5 milhões? Divida isso pelo número de paulistanos que gargalharam com a implosão (custo R$ 3,50) malsucedida do prédio na favela do Moinho e você verá que estamos no lucro.

Tudo pronto para a implosão: três, dois, um e PUM... O prédio permanece intacto e o prefeito sai cuspindo desculpas esfarrapadas com seu linguão que não cabe na boca. Ai, meu Deus que sensação de vergonha alheia maravilhosa!

De castigo, manda o Kassab vestir uma roupa de baiana e sair servindo acarajé para a população. Ao menos a gente bota aquele popozão de Leda Nagle para fazer um pouco de exercício, não é mesmo? Um-dois, um-dois, prefeito!

Mais divertido do que implosão do Kassab, só mesmo descobrir o nome do mosquito que mordeu o Ronaldo. Será Rogéria, Naomi ou Lana Turner? Ué, o Ronaldo não está com dengue? Então. Não foi picadura de mosquito?

barbara@uol.com.br

@barbaragancia

AMANHÃ EM COTIDIANO
Walter Ceneviva

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