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Joaquina Melo Silva (1936-2011)

A primeira parteira da alagoana Maribondo

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Trinta e cinco anos atrás, Joaquina Melo Silva botou os pés em Maribondo, nas Alagoas, para ser a primeira parteira da cidade. Atendia ao convite do então prefeito.

Filha de agricultores, nasceu em Paulo Jacinto (AL) e começou ajudando os pais na roça. Em sua cidade, conheceu Augusto, que matava porcos para vender a carne, e com ele teve sete filhos: três morreram cedo; dois, já adultos. Criou os filhos sozinha.

Na década de 70, decidiu ir para Maceió, onde fez um curso de atendente sanitária, do Programa Intensivo de Preparação de Mão de Obra.

Quando trabalhava numa maternidade da cidade, conheceu o prefeito de Maribondo, a cerca de 85 km da capital alagoana. O município não tinha uma parteira.

Mudou-se para lá, como funcionária contratada da prefeitura. Perdeu as contas de quantos, do atuais 13.619 habitantes, botou no mundo.

Os familiares brincam que dona Joaquina do Posto (referência ao posto de saúde), como ficou conhecida, era a mãe de Maribondo na forma de parteira. Tinha afilhados espalhados por todo canto.

Não ficava parada, conta a neta Érica, que descreve a avó como brava. Fazia partos também em cidades vizinhas.

Pelos seus serviços, ganhou de um fazendeiro rico da região uma casa e um pedaço de terra, onde plantava.

Há quatro anos, parou de trabalhar por causa de um acidente vascular cerebral. Recentemente, descobriu um câncer. Morreu na terça (27), aos 75, após uma parada cardíaca. Teve dez netos e cinco bisnetos. A filha Maria Elizete aprendeu a ser auxiliar de enfermagem com a mãe.

coluna.obituario@uol.com.br

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