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Bando faz arrastão de 7 h em prédio que fica a 100 m de batalhão da PM

Seis famílias são amarradas e mantidas reféns em edifício de Higienópolis, no centro de São Paulo

Após invasão de seis apartamentos, grupo leva dinheiro e joias, além de uma BMW e uma Land Rover

Isadora Brant/Folhapress
Fachada de batalhão da PM que fica a cerca de 100 metros do prédio assaltado
Fachada de batalhão da PM que fica a cerca de 100 metros do prédio assaltado

ANDRÉ CARAMANTE
GIBA BERGAMIM JR.
DE SÃO PAULO

Armados com metralhadoras e revólveres, ladrões fizeram um arrastão e mantiveram seis famílias reféns num condomínio distante cerca de cem metros da sede da Polícia Militar em Higienópolis, bairro nobre do centro paulistano.

Os dez criminosos chegaram ao condomínio por volta da 0h de ontem e só deixaram o prédio perto das 7h.

Apartamentos do 1º, 2º, 4º, 5º, 11º e 12º andares foram invadidos pela quadrilha. As famílias das residências roubadas foram mantidas amarradas durante o arrastão.

O edifício invadido tem 12 andares, com dois apartamentos por andar. Não existe sistema de segurança e, durante o roubo, as câmeras de vigilância apenas monitoravam áreas do condomínio, sem gravar as imagens.

Por conta dessa falta de imagens, a polícia irá procurar gravações de prédios vizinhos para saber se é possível identificar os criminosos.

Até a conclusão desta edição, nenhum dos dez criminosos havia sido identificado ou preso pela polícia.

FUGA

Dos dez ladrões, apenas um deles usou capuz. Os criminosos fugiram em dois carros blindados -uma BMW e uma Land Rover-, ambos veículos de propriedade de um dos moradores feitos reféns.

Reais, dólares, euros, joias e eletroeletrônicos foram levados pelo bando, segundo policiais ouvidos pela Folha.

Minutos depois do arrastão, os carros foram achados pela Polícia Militar abandonados em duas ruas do bairro da Bela Vista, também na área central da capital.

A PM divulgou nota na qual diz que "mantém policiamento na região diuturnamente, com seus diversos programas de policiamento".

A nota oficial afirma ainda que a corporação "só foi acionada às 7h13, após o ocorrido, e imediatamente uma equipe policial foi deslocada e chegou no local às 7h16", quando "os infratores já haviam se evadido do prédio".

"Preocupada com a intercorrência desse tipo de delito, a Polícia Militar tem empregado efetivamente as motocicletas para o atendimento célere, assim como já realizado no bairro Vila Madalena com muito sucesso."

SUSPEITA

A polícia suspeita que a quadrilha seja a mesma que, no dia 7 de janeiro, invadiu outro prédio na rua General Jardim, na Vila Buarque, área vizinha a Higienópolis.

O arrastão de ontem, o quarto neste ano na capital, será investigado pelo Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais).

Durante todo o ano passado, a capital teve 12 arrastões.

Casos em prédios comerciais, como o ocorrido na semana passada no Jabaquara, bairro da zona sul, não entram na lista oficial da polícia.

Ontem, parte dos moradores mantidos reféns passou o dia ajudando a polícia a fazer retratos falados dos nove ladrões que não esconderam os rostos durante o arrastão.

ALVO

Durante o arrastão, os criminosos comentaram entre si, segundo o relato dos moradores à polícia, que tinham um alvo específico para tentar roubar no condomínio.

Esse morador, ainda segundo a versão narrada aos policiais, é dono de uma mineradora. Como o apartamento do empresário não foi localizado, os criminosos invadiram as outras seis unidades.

A Secretaria da Segurança Pública não se pronunciou oficialmente ontem sobre o arrastão em Higienópolis.

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